A juíza Maria Isabel do Prado respondeu sobre a determinação imposta pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito do processo contra Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa. Segundo a juíza, todas as fases referentes a este processo foram concluídas e a ação está terminada para então dar a sentença.
Segundo o jornal O Globo, o posicionamento da juíza desafia o ministro da Corte, que orientou o anulamento da última fase das alegações finais para que fosse permitido que a defesa produza provas.
A determinação de Gilmar ocorreu no dia 13 de fevereiro. O ministro faz com que a Justiça ocorra de forma mais lenta, pois para isso serão necessários pelo menos, mais que oito dias dos que faltam para a finalização do caso.
O Ministério Público Federal (MPF), como informa a matéria, recomenda que a juíza termine o julgamento e dê a sentença o mais rápido possível. Um dos pontos que os investigadores do MPF temem é que a determinação de Gilmar Mendes faça com que as denúncias de Paulo Preto acabem prescrevendo no dia 7 de março, dada em que ele completa 70 anos de idade.
Força-tarefa da Lava Jato paulista
A força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato paulista informou que as diligências de Gilmar já foram realizadas. Com isso, a juíza concordou com a tese dos procuradores. Segundo O Globo, a juíza considera que depende de uma decisão de Gilmar Mendes para sentenciar Paulo Preto. Caso ignore o pedido do ministro e dê a sentença, a juíza poderá ser denunciada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por desobediência.
Acusação
Paulo Preto é acusado de desviar cerca de R$ 7,7 milhões. O valor é referente a verbas de indenização de famílias que viviam próximas ao Rodoanel, em São Paulo.
Em outras ocasiões, Paulo Preto foi preso por duas vezes. Entretanto, o ministro Gilmar Mendes soltou o investigado.
Na última semana, Paulo Preto foi alvo de um novo pedido de prisão, agora pelo estado do Paraná. No entanto, como deve responder ações na Justiça de São Paulo, o ex-diretor da Dersa não foi encaminhado para a capital paranaense.
Paulo Preto também é acusado de participar de um cartel envolvendo construtoras enquanto ainda era diretor da Dersa. Após o interrogatório marcado, Paulo Preto poderá ser transferido para o Paraná. Contudo, a defesa entrou com pedido de habeas corpus a Gilmar Mendes para cancelar a prisão.