O líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcola, foi transferido de um presídio estadual para um federal nesta quarta-feira (13). Segundo reportagem do portal UOL, o jurista Walter Maierovitch avaliou que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) "se acovardou frente ao PCC ao não pedir nem autorizar essas transferências antes".
Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, esteve preso em presídios estaduais desde 1999. De dentro da cadeia, Marcola era o mestre no comando do PCC. O jurista Maierovitch declarou que o ex-governador Alckmin errou em não fazer um duro enfrentamento contra a maior facção criminosa do estado.
O jurista apontou que em 2006 houve onda de ataques do PCC que mirou policiais. Entretanto, Alckmin havia se afastado do cargo como governador para tentar a presidência da República. Na época, o vice de Alckmin assumiu a liderança para conter os ataques. Porém, o jurista acredita que a partir daí, o PCC ficou "livre" no estado de São Paulo para agir nas periferias e também conseguir melhores condições dentro dos presídios.
Maierovitch disse que nos governos seguintes à gestão de Alckmin também nunca conseguiram mexer na cúpula da facção criminosa, pois o medo era de retaliações.
Segundo informações do UOL, o ex-governador Geraldo Alckmin afirmava durante entrevistas que não havia a necessidade da transferência dos líderes de facções para presídios federais.
Alckmin dizia que o estado era capaz de controlar os líderes e negava que as facções tinham poder sob o estado de São Paulo.
Um outro ponto que chamou atenção ocorreu no ano passado. Através de cartas interceptadas pela polícia, foi evidenciado que Marcola e outros líderes ameaçavam matar um promotor do Ministério Público de São Paulo, caso realmente houvesse a transferência para presídio federal.
O jurista Maierovitch diz que vê as transferências como algo positivo, porém, segundo ele, apenas isso não é possível minar todo o poder das facções criminosas.
Governador João Doria comenta sobre transferências
O atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comentou sobre a transferência dos líderes de facções. Além de Marcola, outros 21 nomes serão transferidos.
Em declaração, Doria disse que São Paulo cumpriu o seu dever e que essa decisão também poderia ter sido cumprida antes.
O pedido atendeu a uma ordem judicial emitida pelo MP de São Paulo no final do ano passado.
Doria enfatizou que sua prioridade é a segurança pública, uma de suas promessas durante campanha eleitoral.