Felipe Santa Cruz, novo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), se pronunciou sobre as investigações da Operação Lava Jato. Segundo a opinião de Cruz, a continuação das operações gera expectativas que podem frustrar o setor público e privado. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O novo presidente da OAB afirmou que se gerou um clima de insegurança jurídica devido ás "investigações sem fim" da Lava Jato. "Não devemos fazer da Lava Jato um livro em fascículos interminável", disse.

De acordo com a Folha, Santa Cruz é filho de um político desaparecido durante a ditadura militar.

Apesar disso, ele deixou declarado que não tem animosidade com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O presidente da OAB disse que não há nenhum desgaste pessoal com o político do PSL, porém não irá ficar em silêncio caso haja apologia à tortura.

Além de comentar sobre Bolsonaro, o novo representante da OAB disse que a ida de Sergio Moro ao Ministério da Justiça representaria uma preocupação em algumas partes. Ele avaliou que a situação dos presídios no país é lamentável e que essa população carcerária é mão de obra abundante para as quadrilhas.

O presidente da OAB também criticou o pacote anticrime de Moro que cita a legítima defesa da polícia. Santa cruz comentou que aprovar esse ponto no pacote de medidas é favorecer mais à polícia que mais mata no mundo.

Contudo, ele enalteceu as propostas de regularizar o caixa 2.

Entrevista com o novo representante da OAB

Felipe Santa Cruz disse que um governo como o de Jair Bolsonaro, que tem um viés conservador, chegará com uma pauta de enfrentamentos. Com isso, ele frisa que o papel da OAB é sinalizar a reafirmação do Direitos das minorias, a defesa do meio ambiente, e a proteção ao trabalhador.

No entanto, a Folha questionou se o posicionamento da OAB é opositor. Santa Cruz avaliou que o campo é do Direito e não participa da área política. Outro ponto questionado foi se o número alto de militares no governo causaria preocupação. Santa Cruz disse que não há de se confundir militarismo com participação de militares no poder.

A Folha evidenciou que a chapa composta para o Conselho Federal foi criticada por ser formulada apenas por homens. Em resposta, o novo presidente da OAB disse que é filho de feminista e que estão avançando para aumentar cargos para mulheres.