O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, concedeu entrevista nesta terça-feira (19) à rádio CBN e avisou que existem "apurações preliminares" para investigar a conduta do ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio.

De acordo com o ex-magistrado, que já comandou a Operação Lava Jato, ele não pode se posicionar sobre os supostos usos de candidaturas laranjas, pois precisa aguardar a apuração dos fatos. Moro também ressaltou que governos anteriores agiram "como uma avestruz" sobre casos que envolveram Corrupção, e reiterou a importância de endurecer as regras.

De acordo com o ministro, os órgãos responsáveis em investigar o envolvimento de pessoas ligadas a candidaturas laranjas terão liberdade para tirar suas próprias conclusões.

Moro enfatizou que partiu do próprio presidente da República o pedido para que fossem feitas as apurações. As solicitações já foram enviadas à Polícia Federal (PF).

O ministro comentou que o pacote anticrime que será levado para aprovação ao Congresso trará mais rigor contra os crimes. Ele disse que nos governos anteriores, nada foi feito em relação a isso. Casos graves de corrupção e crimes violentos não foram combatidos adequadamente no passado, disse o ministro.

Pontos do projeto

De acordo com Moro, o projeto não dá "licença para matar" e sim, trabalha com a legislação buscando facilitar o entendimento sobre os casos.

O ministro comentou que sentiu que os parlamentares receberam bem a ideia e que o Congresso pode ajudar o Brasil nesse momento importante de combate ao crime.

Outro detalhe analisado pelo ex-magistrado é que o projeto anticrime, caminhando junto com a reforma da Previdência, pode ser algo positivo para o Governo. Esses dois projetos são os mais importantes para o país nesse momento e o endurecimento ao crime fortalece a confiança e pode impulsionar a aprovação da reforma da Previdência.

Caixa 2

Muitos parlamentares ficaram incomodados quando Moro acrescentou o crime de caixa dois junto com o crime organizado. Diante disso, o ministro decidiu separar o projeto para atender às reivindicações dos parlamentares. Segundo Moro, a intenção do governo é ouvir todos e atender as reclamações razoáveis.

No início, todos os pacotes seriam apresentados num único texto, mas depois achou melhor separá-los para não ir contra os políticos incomodados.