O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, esteve respondendo perguntas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado Federal e ressaltou várias medidas da pasta no combate aos crimes. Um dos pontos destacados pelo ex-magistrado da Lava Jato é a ampliação do número de policiais federais que são responsáveis pelas investigações de políticos e outras autoridades, inclusive aqueles que possuem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme as informações da revista IstoÉ, o número de agentes passou de oito para 42 no Serviço de Inquéritos Especiais da Polícia Federal, que investiga senadores que podem estar envolvidos em atitudes ilícitas.
Em uma espécie de balanço dos seus primeiros meses de trabalho, Moro comentou que foram reforçadas as forças-tarefas da Lava Jato de Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. O ministro também informou aos parlamentares que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) duplicou o número de integrantes em razão da junção do ministério da Justiça com a Segurança Pública. Em resposta a alguns parlamentares que questionaram essa junção, Moro disse que o Governo economizou para poder aplicar o resultado nessa ampliação.
O Coaf foi o órgão responsável em apontar atitudes irregulares na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Diante de Flávio, o ministro da Justiça reiterou que o Coaf não será um órgão policial e vai continuar como órgão de inteligência.
Pacote anticrime
Na audiência da CCJ, Sergio Moro defendeu o projeto anticrime apresentado pelo governo federal para combater crimes organizados, crimes comuns e corrupção. De acordo com o ex-magistrado, o seu projeto é um pouco mais abrangente do que o do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Na Câmara dos Deputados, o projeto de Moraes tem sido levado mais adiante do que a proposta oferecida pelo governo.
Contudo, Moro afirmou que, embora o projeto de Moraes seja bom, o dele é mais abrangente. Ele citou, como exemplo: prisão em segunda instância, execução imediata da sentença do tribunal do júri, escuta ambiental, entre outros.
Em suma, Moro afirmou que não importa se o dele ou o do ministro seja o preferido dos parlamentares, o que vale mesmo é alcançar os objetivos com uma legislação boa.
O ministro da Justiça disse que chegou a conversar com Moraes sobre os projetos e reafirmou algumas divergências que existem entre as duas propostas apresentadas. Porém, isso pode ser resolvido sem nenhuma dificuldade.