A ex-primeira dama Marcela Temer enviou pedido ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, exigindo a devolução de bens apreendidos pela Polícia Federal na Operação Descontaminação, um desdobramento da Lava Jato. A mulher de Michel Temer afirmou que a PF "extrapolou os limites" ao pegar seus bens de "uso exclusivo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e foram divulgadas nesta quinta-feira (28).

Conforme desdobramento da operação, a PF apreendeu objetos de uso pessoal de Michel Temer e, consequentemente, da ex-primeira dama.

A defesa de Marcela pediu que fossem devolvidos um talão de cheques, seu celular, iPad e um contrato de locação. Os advogados que representam Marcela são: Átila Machado, Luiz Castro e Leonardo Peret.

Na última sexta-feira (21), o ex-presidente da República Michel Temer foi surpreendido pela ação da Polícia Federal, após decreto de prisão expedido pelo juiz Marcelo Bretas. Temer e aliados foram presos suspeitos dos crimes de Corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na decisão, o juiz federal sinalizou que Temer era o "líder de uma organização criminosa" que atua há 40 anos.

A polícia, em mandado de busca e apreensão, pegou na casa de Temer pendrives, paéeis manuscritos, revólveres, celulares, fitas cassetes, agendas e até mesmo um cartão de aniversário para o filho de Temer, assinado por Vanderlei de Natale, outro investigado pela Lava Jato.

A prisão de Temer foi curta, com o ex-presidente ficando apenas 4 dias na cadeia. Na última segunda-feira (25), o desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) mandou soltar o emedebista e os outros acusados.

A operação da PF partiu da delação de premiada de José Antunes Sobrinho e aponta indícios de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato.

As investigações do Ministério Público Federal (MPF) mostraram um sofisticado esquema corrupto que visava repasse de propinas através da contratação de empresas.

Além de Temer, seu amigo Coronel Lima e também o ex-ministro Moreira Franco chegaram a ser presos.

Advogado de Temer se manifesta

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, acredita que a Lava Jato e os investigadores ofenderam a aritmética ao acusar Temer de exercer crimes de corrupção há 40 anos.

Eduardo Carnelós, então declarou: "o que foi feito foi um escracho, foi para humilhar".

Além do mais, criticou o juiz Marcelo Bretas, dizendo que nextrapão foi preciso ler a sentença para saber a decisão: "não tinha fundamento".