A força-tarefa da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro, coordenada pelo magistrado Marcelo Bretas, prendeu na manhã desta quinta-feira (21) em São Paulo o ex-presidente da República Michel Temer. Os agentes da Polícia Federal ainda estão nas ruas e cumprem mandados de prisão contra o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco e mais seis pessoas. As informações foram divulgadas pelo portal G1.
Marcelo Bretas foi o responsável em emitir o mandado de prisão contra o ex-presidente. Na quarta-feira (20), a PF já estava trabalhando no cumprimento desta ordem tentando localizar aonde estava Michel Temer.
Em razão disso, a ação da PF não conseguiu ser realizada nas primeiras horas dessa manhã.
Denúncia
No final do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente no inquérito dos portos. A denúncia protocolada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, aconteceu no último dia de trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), antes do recesso do fim de ano.
No dia 16 de outubro de 2018, a PF acionou o STF informando que foram encontrados indícios de que Temer e mais algumas pessoas teriam envolvimento em um esquema criminoso e corrupto para favorecer certas empresas em relação a um decreto sobre o setor portuário.
Michel Temer rebateu as investigações e acusações afirmando que, por intermédio da Justiça, provaria que não se envolveu em nenhuma atitude irregular.
Além disso, ele reiterou que nunca favoreceu nenhuma empresa no setor portuário.
Troca de favores
Dodge sugeriu, na época, que Temer fosse enquadrado nos crimes de Corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com ela, as provas colhidas pela PF mostram um suposto favorecimento a determinadas empresas, como se fosse um tipo de troca de favores.
Segundo a procuradora-feral, Temer seria o centro de todo esse esquema. Além do ex-presidente, outras pessoas foram acusadas de envolvimento nessas ações. Uma delas, seria o ex-assessor especial da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures.
Esta acusação contra Temer teria sido a terceira denúncia protocolada enquanto ele estava no cargo de presidente.
Outras duas anteriores a essa teriam sido arquivadas mediante decisão da Câmara dos Deputados.
A última acusação contra ele foi feita pouco antes dele terminar o mandato. Por isso, não teve um tempo hábil para o Congresso se decidir se continuaria as investigações ou se seriam também suspensas.
O caso dos portos havia sido aberto em setembro de 2017 pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF.