O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarou nesta última segunda-feira (8) que desistiu da articulação na Câmara para a aprovação da reforma da Previdência. Maia contou que, a princípio, ele esperava um Governo de coalização. Contudo, frisou que não é isso que está ocorrendo e afirmou que não será "Mulher de malandro" para ficar "apanhando" da base eleitoral do governo Bolsonaro.
Em tom de desabafo, o presidente da Câmara disse que não irá mais falar sobre os números de votos para aprovação da reforma e nem do prazo para a votação. Ele disse que a imagem que estava passando era de que estaria tentando se aproveitar de uma articulação política. No entanto, afirmou que voltará ao seu papel institucional para debate de temas, mas não se envolverá em nenhum tipo de negociação.
Segundo a opinião de Rodrigo Maia, a data para a votação da reforma é algo insignificante. Ele frisa que o importante é alavancar a economia em R$ 1 trilhão. Maia sugere que, se a reforma for votada em junho para conseguir R$ 500 bilhões, é melhor que seja então votada no mês de agosto, para que chegue ao valor de R$ 1 trilhão.
Maia desistiu de articulação por causa de filho de Bolsonaro
Rodrigo Maia havia se posicionado como defensor da reforma da Previdência. Entretanto, ocorreram atritos com um dos filhos de Bolsonaro e com o próprio presidente nas redes sociais. Dessa forma, Maia desistiu da articulação.
O parlamentar e o presidente Jair Bolsonaro trocaram farpas e, na crise, o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a ameaçar abandonar o governo. Guedes havia declarado que se a reforma não fosse aprovada e então reconhecida uma dívida bilionária do governo com os estados, ele iria deixar seu cargo como ministro.
Com a crise, houve tensão no mercado. Rapidamente a bolsa caiu e o dólar disparou.
Após o atrito, Bolsonaro e Maia resolveram fazer as pazes.
O presidente chegou a se pronunciar sobre o episódio e classificou o desentendimento como uma "chuva de verão". Maia disse que era "assunto encerrado".
Reforma da Previdência
Nesta terça-feira (9), o deputado Marcelo de Freitas (PSL-GO) irá apresentar parecer sobre a constitucionalidade do texto da Câmara dos Deputados, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ontem, o parlamentar disse que a reforma é uma necessidade e reiterou que o Congresso Nacional não deixará de cumprir sua obrigação perante a sociedade.
Freitas disse que há grandes expectativas do texto ser aprovado sem alterações na CCJ. Contudo, a oposição representada por PT, PSB, PCdoB e PSOL está tentando retirar do texto mudanças em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria rural.