O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi convocado nesta terça-feira (14) pela Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre os bloqueios do orçamento destinado à educação no país. O comparecimento do ministro é esperado na Câmara nesta quarta-feira (15). Caso ele não compareça e nem justifique sua ausência, ele poderá responder por crime de responsabilidade, conforme previsto pela Constituição Federal.
A convocação foi aprovado após uma votação no plenário, na qual 307 votos foram favoráveis, contra 82 votos contrários. Quem ouvirá o atual Ministro da Educação é a comissão geral, ou seja, a sessão de debates do plenário.
Os únicos partidos que se colocaram contra a decisão do plenário foram o PSL e o Novo. Partidos como o PP, PRB, MDB, PTB e Podemos votaram de maneira favorável ao comparecimento de Weintraub.
A resposta dos aliados
O deputado Major Vítor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, justificou a posição do seu partido dizendo que Weintraub já iria comparecer a uma audiência conjunta pública da Câmara nesta quarta-feira, taxando assim a decisão do plenário como desnecessária.
Joice Hasselmann (PSL-SP) também admitiu que é embaraçoso que o Ministro da Educação tenha que ser convocado a prestar explicações à Câmara. Em contraparte, o porta-voz do governo Bolsonaro, Otávio Rêgo Barros, afirmou que a decisão tomada pela Câmara é vista com naturalidade e que não há ressalvas por parte do governo.
Em uma entrevista cedida à Jovem Pan nesta terça-feira (14), Weintraub declarou que não se sente incomodado em ser convocado pela Câmara e que entendeu o gesto como um chamado da maioria dos partidos para que seja ouvido. Além disso, o Ministro criticou a oposição e afirmou que os números da educação, aos quais se referiu como um "desastre", são frutos de 18 anos de mentiras e falsidades.
A resposta das universidades ao bloqueio
Os cortes propostos por Weintraub somam um valor de R$ 7,4 bilhões, que afetaram diversas áreas, desde a pós-graduação até o ensino infantil. Em resposta às medidas, protestos foram marcados para acontecer nesta quarta-feira por todo o Brasil.
Cerca de 70 universidade confirmaram o apoio e entrarão em greve para participar das mobilizações, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de diversas instituições pelo Brasil.
A mobilização ocorrerá durante o dia inteiro, com variação de horários dependendo da região.
Outra pauta que está sendo englobada nas manifestações é a da reforma da Previdência, que segue sem ser aprovada pelo Congresso.