Durante entrevista realizada neste domingo (12) ao programa "Domingo Esportivo", da Rádio Bandeirantes, o presidente Jair Bolsonaro defendeu novamente o decreto assinado sobre o porte de armas. Ele disse que a nova regra atende o direito do cidadão de se defender, pois é um ato de legitima defesa. Ele também também causou polêmica ao dizer que se um homem entrar em sua casa, é para meter chumbo.
Na entrevista, Bolsonaro defendeu o decreto que foi assinado na última terça-feira (7), sobre o porte de armas, e que o documento está atendendo a vontade popular e respeitando o direito de legitima defesa do cidadão.
Para defender a flexibilização das armas, ele exemplificou que o dever dele é proteger a sua mulher, e disse: “Sei que se um homem entrar na minha casa, é para barbarizar, então é para meter chumbo mesmo”. O presidente aconselhou que se alguém entra na sua casa, deve descarregar no bandido.
Bolsonaro relembrou que no referendo de 2005 a população disse que era a favor da venda de armas e que o Governo da época não atendeu.
Na semana passada, o governo assinou o decreto que flexibiliza o porte, a medida também autorizou que crianças e adolescentes pudessem praticar tiro esportivo sem autorização da Justiça, e agora precisa apenas da autorização de um dos responsáveis legais.
Flexibilização das armas
O novo decreto flexibiliza o porte de armas, para políticos, jornalistas, para colecionadores, atiradores esportivos, caminhoneiros e 20 outras categorias, assim como para proprietários de imóveis rurais, que pode utilizar a arma em todo perímetro da sua propriedade, não apenas em casa.
O decreto também flexibiliza a possível importação de armamento, a compra de cartuchos de munição.
Antes do decreto era previsto 50 cartuchos, com a nova regra pode ter 5 mil munições para armas de uso permitido e 1 mil de uso restrito. O registro de posse de armas passa de 5 para 10 anos.
Entrevista
Na mesma entrevista concedida ao jornalista Milton Neves, o presidente Jair Bolsonaro, também revelou a sua intenção de indicar o ministro da Justiça, Sergio Moro, a uma vaga do Supremo Tribunal Federal, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello do STF.
O decano Celso de Mello irá completar 75 anos em 2020, e essa poderá ser a primeira indicação do presidente Bolsonaro ao STF. Celso de Mello está na corte desde 1989, quando o presidente José Sarney indicou ao cargo.
Bolsonaro afirmou que este foi um compromisso que ele fez a Moro, que deixou os seus 22 anos de magistratura para entrar no seu governo.
O presidente disse acreditar na competência do ministro e que provavelmente ele se tornará um grande defensor não apenas do governo, mas dos interesses do Brasil no STF.