O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acabou tendo o seu celular invadido por um hacker nesta terça-feira (4), conforme informado pela Folha de S.Paulo. O ex-magistrado, que já foi responsável pela Operação Lava Jato, teve que fazer o cancelamento de sua linha. Agentes da Polícia Federal estão investigando o caso. O setor de tecnologia da pasta chefiada por Moro também participará das investigações para tentar chegar até o responsável pelo ataque.
O hacker acabou ficando aproximadamente seis horas utilizando os aplicativos de mensagens do ex-juiz.
Tudo acabou sendo descoberto quando, por volta das 18h desta terça (4), Sergio Moro recebeu uma ligação do seu próprio celular, o que achou muito estranho. Ele chegou a atender, mas ninguém respondeu do outro lado da linha. Em seguida, Moro descobriu que o invasor estava utilizando o seu Telegram, trocando várias mensagens. Isso continuou até por volta da 1h desta quarta-feira (5).
Outros ministros já tiveram os seus celulares hackeados. Eliseu Padilha e Carlos Marun, ambos ministros do governo do ex-presidente Michel Temer, também já foram alvos desses ataques. Na época, os estelionatários tentaram conseguir empréstimos através de mensagens que vinham dos celulares dos ex-ministros.
De acordo com as informações, pessoas que faziam parte da lista de contato dos ex-ministros receberam várias mensagens onde era passado uma conta para que fossem feitos empréstimos.
Muitos dos contatos chegavam acreditar que pudesse ser um deles que estava escrevendo por algum motivo. Contudo, ao saber do golpe, os ex-ministros cancelaram suas linhas e o Banco do Brasil bloqueou a conta na qual era repassada para fazerem depósito. Duas pessoas acabaram sendo presas.
Segurança de Bolsonaro
Esse fato ocorrido com Sergio Moro acabou acendendo um alerta sobre a segurança cibernética do presidente Jair Bolsonaro.
Vale ressaltar que o ex-capitão da reserva usa muito o aplicativo WhatsApp para falar sobre assuntos importantes que envolvem o governo.
Como não é possível usar o aplicativo através dos telefones criptografados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Bolsonaro utiliza um celular comum.
Membros do setor de inteligência não veem esse tipo de aplicativo seguro para o sigilo de conversas importantes que são compartilhadas.
Um dos receios dos integrantes é que Bolsonaro possa acabar usando esses aplicativos para contatos privados com seus ministros. Isso prejudicaria a segurança dele e colocaria em risco projetos importantes conversados entre eles.
No entanto, assessores do mandatário brasileiro disseram que conteúdos mais sérios são evitados pelo presidente nesses aplicativos.