O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex de Guarujá. O ex-presidente esteve esperançoso nesta terça-feira (25) com o julgamento da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele pudesse ser solto provisoriamente até que os recursos impetrados pela defesa dele alegando suspeição de Sergio Moro fossem concluídos.

No entanto, por 3 votos a 2, Lula continuará preso até que se julgue o caso, que provavelmente acontecerá em agosto, após os ministros voltarem do recesso do meio do ano.

Conforme divulgado pela Folha de S.Paulo, nesta quarta-feira (26), pessoas próximas ao petista relataram que a decisão do STF de evitar a liberdade provisória do ex-presidente caiu como um "banho de água fria" para ele. Lula estava tenso e ansioso pela primeira vez em meses de cadeia. Segundo as informações, "bateu o desespero" no líder do PT e, como uma forma de ofensiva, Lula orientou que seus advogados agissem para que ele obtenha o habeas corpus.

De acordo com a Folha de S.Paulo, na visão de Lula, se o STF não o soltasse agora seria difícil isso acontecer depois. Vale ressaltar que o petista ainda será alvo, em breve, de uma nova sentença que envolve o caso do sítio de Atibaia. Dependendo do resultado, ele pode acabar não saindo da cadeia.

As pretensões dos advogados eram que os ministros da Corte pudessem colocar em questão, na hora do voto, as mensagens de diálogos divulgadas pelo site The Intercept Brasil mostrando supostos acordos entre Moro e o procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol. Para a defesa do petista, Moro ajudou para que Lula fosse prejudicado no processo após dar supostas orientações para os procuradores.

Votação na Corte

A Segunda Turma do STF ficou bem dividida diante do caso de Lula. Votaram a favor do petista os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, e contra o líder do PT os ministros Celso de Mello, Edson Fachin e Cármen Lúcia.

No julgamento desta terça (25), o Supremo não avaliou o mérito de habeas corpus que aponta uma suposta suspeição de Sérgio Moro e não concordou com a sua liberdade provisória.

No recurso apresentado pelos advogados de Lula, eles contestaram as decisões de Moro dizendo que o ex-magistrado foi parcial nos seus julgamentos.

A suspeição do agora ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro começou a ser analisada em dezembro do ano passado, antes mesmo da divulgação dos diálogos entre ele e Dallagnol. A defesa do petista aponta que a aceitação de Moro em ser ministro de Bolsonaro já mostra que ele possuía outras intenções diante da condenação de Lula.