O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex de Guarujá, pediu informações para os visitantes sobre o desempenho do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), nesta quarta-feira (19), conforme divulgado pela Folha de S.Paulo. Moro respondeu várias perguntas que envolviam diálogos vazados entre ele e o procurador da República, Deltan Dallagnol, que foram divulgadas pelo site "The Intercept Brasil".
Lula recebeu o relato de que Moro se saiu muito bem e que, pelo menos até o momento do questionamento do petista, nenhum senador havia feito qualquer pergunta que pudesse encurralar o ex-magistrado que foi responsável pela Operação Lava Jato.
Na concepção do líder do PT, Moro acabou se saindo bem porque ele foi blindado por parlamentares que compõe a base do governo. Diante disso, Lula disse que era normal que Moro não encontrasse dificuldades. O ex-presidente acredita que o ministro só se sairia mal se ele fosse alvo de uma artilharia em conjunto preparada pela oposição.
Julgamento em agosto
Conforme informações da revista Veja, Lula poderá ter o o seu julgamento de habeas corpus na Segunda Turma do STF adiado.
A princípio seria na próxima terça-feira (25), contudo, em decorrência do grande número de processos que precisam ser julgados por essa Turma, há a possibilidade de apenas em agosto os ministros julgarem os recursos impetrados pela defesa do petista.
De acordo com os advogados de Lula, Sérgio Moro foi parcial em seus julgamentos na Lava Jato que envolvem o caso do triplex de Guarujá.
O STF foi acionado pela defesa do petista após Moro aceitar ser ministro do governo Jair Bolsonaro.
Na terça-feira (25), será a última sessão antes da Segunda Turma entrar em recesso. Os ministros ainda se reunirão nos dias 26 e 27 mas no Plenário. A Segunda Turma só voltará no dia 1º de agosto.
Postura excepcional
O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quinta-feira (20), em uma live, que a postura do seu ministro da Justiça é "excepcional", tanto no passado como no presente.
Segundo o mandatário brasileiro, cada dia que passa Moro prova o quanto é "digno de ser um mito".
Para Bolsonaro, Moro mereceu nota 10 pelo seu depoimento no Senado, onde explicou que as mensagens vazadas entre ele e Dallagnol eram repassadas de uma forma sensacionalista pelo site que divulgava.
Na oitiva do Senado, Moro disse que sofreu uma invasão criminosa e que algo teria que ser feito para que as instituições não fossem prejudicadas e ficassem à deriva nas mãos dos hackers ou, podemos dizer, criminosos.