Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) falar sobre a possibilidade de seu filho Eduardo (PSL-SP) ser indicado para o cargo de embaixador em Washington, surgiram muitas críticas. A indicação do filho foi levantada por Bolsonaro na última quinta-feira (11) e desde então tem sido um dos assuntos políticos mais comentados no país.
Durante a comemoração de aniversário do Comando de Operações Especiais do Exército, nesta segunda-feira (15), o presidente resolveu comentar a respeito da possível indicação de Eduardo para representar o país em Washington.
Ao iniciar seu discurso na tribuna da Câmera, o presidente afirmou que às vezes é necessário tomar decisões que nem sempre agradarão a todos, referindo-se à possibilidade de indicação do seu filho para assumir a embaixada: "por vezes, temos que tomar decisões que não agradam a todos". Em seguida, ele afirmou que se o filho estava sendo tão criticado pela mídia é porque seria realmente a pessoa adequada ao cargo: "se está sendo criticado, é sinal de que é a pessoa adequada".
Eduardo Bolsonaro também fez seu discurso durante o evento, porém, ao contrário do pai, optou por não mencionar a respeito do assunto. Ele apenas relembrou a carreira política do pai e afirmou que o presidente não era mais uma voz sozinha: "não é mais uma voz sozinha aqui, estamos ao seu lado".
'É um cargo eminentemente político', diz ministro
Um dos questionamentos que foram suscitados após a possibilidade da indicação de Eduardo é se isto se trataria de nepotismo. Ao ser indagado por jornalistas a respeito disso, Jorge Oliveira, que é o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que isto não se enquadra como nepotismo, pois, segundo ele, o cargo é eminentemente político.
Entretanto, Oliveira, que também é responsável pela análise de atos que são assinados por Bolsonaro, afirmou que respeitava quem pensava diferente.
Para o ministro, o fato de Eduardo Bolsonaro ser filho do presidente não significa que não possa exercer funções no Governo. Entretanto, segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio, a situação de Eduardo se enquadraria como nepotismo.
'Excelente nome', diz Ernesto Araújo
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, também se manifestou a respeito da possível indicação de Eduardo e afirmou que ele seria um nome "excelente" para ocupar o cargo de representante da embaixada.
Após a fala de Ernesto Araújo, Eduardo afirmou que seu nome poderia ser indicado ao cargo não porque é filho de Bolsonaro, mas devido à sua experiência como político. "Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito", disse Eduardo.