Após aprovação do texto da reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (5) que há algumas questões que precisam ser revistas no texto. Segundo o presidente, há "equívocos" e "mal-entendidos" que serão corrigidos no plenário da Câmara. A afirmação do presidente foi dita durante sua participação na cerimônia do 196º aniversário da criação do Batalhão do Imperador. Participaram da cerimônia diversas autoridades, como o general Villas Bôas, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o ministro Wagner Rosário (CGU) e o Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do Governo na Câmara.
Bolsonaro disse ainda que o governo fez a parte que lhe cabia, que era a de entrar com o projeto da reforma, entretanto, ele ressaltou que o governo é passível de falhas. "Fizemos a nossa parte, entramos com o projeto. Agora, o governo não é absoluto, não é infalível", disse o presidente, que completou a sua fala afirmando que algumas questões do texto aprovado deverão ser corrigidas no plenário da Câmara.
Bolsonaro não especificou quais seriam as mudanças necessárias no texto, mas garantiu que seria pouca coisa. "Como um todo, foi muito bom. Acho que pouca coisa tem de ser mexida", disse. Nesta semana, ele havia pedido para que os parlamentares fossem favoráveis à flexibilização de regras para aposentadoria de policiais.
Durante a discussão do texto na Câmara, a aposentadoria dos policiais foi uma das questões mais discutidas pelos políticos. Havia uma parte deles que defendia a aprovação de regras especiais para os policiais, e outra parcela que era contrária a isto. Devido ao impasse, a proposta acabou sendo recusada.
Na terça-feira (2), a categoria chamou o presidente de "traidor" durante uma manifestação realizada em frente ao Planalto.
Na quinta-feira, também ocorreram protestos da categoria que não estava satisfeita com as novas regras de aposentadoria. A categoria criticou o governo Bolsonaro pelo fato de não ter "suavizado" as regras como havia prometido.
Aprovação do texto-base da Previdência
A proposta de emenda à Constituição (PEC) foi aprovada na comissão especial, na noite de quinta-feira (4), por 36 votos a 13, e o próximo passo é avançar para o plenário da Casa.
Após passar por dois turnos de votação na Câmara, o texto deverá ter o apoio de no mínimo 308 dos 513 parlamentares.
O relator Samuel Moreira (PSDB-SP) disse que a aprovação do texto pela comissão Especial foi apenas uma etapa, pois ainda há outras etapas para que a reforma seja realmente aprovada.
Ele afirmou ainda que era necessário que os estados e municípios fossem incluídos na reforma e que era preciso lutar para que isso acontecesse. "A meu ver, nós precisamos lutar para que eles [estados e municípios] entrem na reforma ainda", disse.