O Partido Social Liberal (PSL) decidiu nesta terça-feira (13) expulsar o deputado Alexandre Frota (SP) da legenda. O parlamentar foi acusado de infidelidade partidária e de fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro. Além disso, Frota se absteve na segunda votação da reforma da Previdência.
O presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), pediu a expulsão de Frota. A executiva do partido se reuniu na manhã desta terça-feira e deliberou sobre o caso. Alexandre Frota não foi poupado e sua expulsão foi oficializada. O parlamentar criticou Bolsonaro e esteve envolvido em pequenas rusgas com medalhões da legenda, como o senador Major Olímpio (SP).
O destino de Frota pode ser o PSDB ou DEM. De acordo com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), uma das parlamentares que foi a favor da expulsão do colega, há muita gente no PSL que na verdade é PSDB. O Democratas (DEM), partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), também tem interesse em Alexandre Frota.
Além de Carla Zambelli, Major Olímpio e Luciano Bivar, outros parlamentares queriam a expulsão de Frota. De acordo com aliados do deputado Alexandre Frota, as deputadas Caroline di Toni (SC) e Bia Kicis (DF) e o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP).
Estavam presentes na reunião que decidiu o destino de Alexandre Frota no PSL o senador Major Olímpio, o deputado Felipe Francischini (PR), o deputado Julian Lemos (PB), o líder da sigla na Câmara, Delegado Waldir (GO), e outros membros do partido.
Em entrevista ao canal My News, nesta segunda-feira (12), o deputado goiano Delegado Waldir disse que Alexandre não seria expulso.
Críticas ao governo Bolsonaro
A situação de Alexandre Frota começou a ficar delicada depois de ter feito inúmeras críticas ao Governo e a Bolsonaro. Com isso, cresceu a retaliação dentro do partido para a sua saída.
A situação foi ficando séria para o parlamentar com abstenção no segundo turno na votação da reforma da Previdência.
A situação de Frota piorou ainda mais quando ele discordou da indicação do presidente Bolsonaro pra embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Ele não concordou com a indicação do filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Ele teria declarado que Bolsonaro foi a "sua maior decepção" e que o presidente, ao indicar o próprio filho para embaixada brasileira em Washington, representa atitudes da “velha política”.
Rompimento com o governo
Alexandre Frota pretendia disputar o comando do PSL de São Paulo, mas entraria em disputa com o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro. Entretanto, a relação de rompimento de Frota com o governo iniciou quando duas indicações do deputado para Agência Nacional de Cinema (Ancine) foram vetadas pelo Palácio do Planalto.
Desde de março o governo vem barrando as indicações de Frota. No início, o parlamentar colocou a culpa nos ministros Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e Osmar Terra, da Cidadania.