Neste último domingo (22), em sua coluna no jornal O Tempo, o general reformado Marco Antônio Felício, de 81 anos, alegou que movimentos vão contra o Governo Bolsonaro e a Operação Lava Jato. Para ele, há conchavos na imprensa e nas redes sociais contrários à atual gestão governamental. Felício apontou tais movimentos contrários existentes em três vertentes dos principais Poderes do país: o Judiciário, o Legislativo e o Ministério Público. Felício apontou como motivação interesses pessoais e de grupos, salvação de corruptos, vieses ideológicos e vaidades feridas.

Segundo o general, esses movimentos visam neutralizar a operação e punir seus membros, em especial o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, e libertar condenados, como o ex-presidente Lula.

Raiz, corrupção, Moro herói e aviso

Foi enfatizado também "a volta da corrupção ao status quo anterior". Como base para tal afirmação, o general trouxe à tona a anulação, por parte do STF (Supremo Tribunal Federal), à sentença condenatória de Moro ao ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, citando nomes conhecidos do Supremo.

Na ocasião, os votos de anulação da sentença foram corroborados pelos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, e, por fim, a ministra Cármen Lúcia também seguiu os votos dos dois juristas.

A princípio, a anulação do processo foi pedido pelo próprio Bendine, que seria logo mais aceito pela 2ª turma, destoando na extinção do processo. Em 2017 ele já havia sido preso, enquanto este ano, em abril, ele foi posto em liberdade pela turma do Supremo. Na circunstância, o jornal Correio Brasiliense disse que os magistrados interpretaram que a prisão preventiva de Bendine estava muito alongada.

Além disso, a defesa do ex-presidente da petrolífera também havia alegado que ele não teve "direito à última defesa". Sob tais declarações repercutidas, o general Marco Antônio transcreveu ser tal decisão um "[...] verdadeiro escarro na face de milhões de brasileiros de bem [...], caracterizando a sentença como "esdrúxula" e como uma porta para outras anulações.

Não obstante, o general Felício apontou o STF como "gerador de insegurança jurídica", chamou Moro de herói e atenuou breves queixas sobre problemas e causas do país, inclusive questões da oposição ideológica. "Não toquem em Moro, Dallagnol e Lava Jato", avisou.