O senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), tem se mostrado contra a CPI da Lava Toga. Na lista divulgada para instauração da CPI da Lava Toga, não está a assinatura do senador e não há nenhum registro de apoio da parte dele.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, a senadora Selma Arruda (PSL), conhecida como Juíza Selma, que sofre um processo por ter a acusação de fazer caixa dois em sua campanha, disse que o senador Flávio Bolsonaro fez pressão contra a CPI Lava Toga. Na Folha de S. Paulo, a Juíza Selma disse o senador Flávio Bolsonaro lhe procurou e também o presidente do senado, Davi Alcolumbre (DEM), para que fossem retiradas as suas assinaturas.

Durante a entrevista, Selma não quis entrar em detalhes em relação a isto.

Vale lembrar, que nesta mesma semana, a procuradora-geral, Raquel Dodge, disse ser favorável a cassação da Juíza Selma pela acusação de ter feito caixa dois e também, pela acusação de abuso econômico. Segundo a PGR, a campanha da senadora não contabilizou R$ 1,232 milhão e escondeu 72,29% dos gastos de campanha. Segundo a senadora, essas acusações são de coisas que ela fez na pré-campanha e não na campanha.

Ainda na entrevista, Selma disse que Flávio ligou para a senadora e segundo ela desligou o telefone, pois não tolera ouvir gritos. Selma disse ainda, que todos os dias recebe um recado de alguém por não retirar a assinatura e o recado da Raquel Dodge segundo ela foi o mais claro.

Senadora reafirma que Flávio gritou com ela

Nesta última sexta-feira (13), em uma entrevista ao programa "Os Pingos nos Is", veiculado na rádio Jovem Pan, a senadora Selma reafirmou que o senador Flávio Bolsonaro gritou com ela ao telefone.

Na entrevista à rádio Jovem Pan, Selma contou que estava em casa e viu que havia uma ligação e viu que essa ligação era do Flávio e atendeu muito tranquila.

Durante a ligação, ela pediu para Flávio abaixar a voz e ele não abaixou e desligou o telefone. "Ele [Flávio] começou a perguntar porque queríamos prejudicar ele, e eu não gosto de ouvir gritos. Pedi para ele abaixar a voz e ele não abaixou e eu desliguei", disse.

Ainda, segundo a senadora, Flávio teria ligado para os seus colegas, a senador Soraya e o senador Olímpio, e teria usado o mesmo tom de voz.

Segundo ela, os três ficaram sem entender nada, porque a CPI é para investigar os muitos abusos de poder. Selma contou que depois disso não falou mais com Flávio.

A Juíza Selma apontou na entrevista, que muito embora concorde com os princípios do PSL (Partido Social Liberal), estuda a saída dela no partido, porque não pode admitir esse tipo, o que chamou, de ingerência. E ainda disse, que o fato do senador Flávio Bolsonaro ser o filho do presidente da república, não faz dele nem maior e nem menor do que qualquer um lá.

Juíza Selma é uma das que estão articulando o requerimento para se criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que foi batizada como CPI da Lava Toga, que irá investigar os membros do STF (Supremo Tribunal Federal), como o seu presidente, Dias Toffoli.

Ainda, segundo a senadora, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), não pode se recusar em instalar a CPI se ela tiver o número mínimo de assinaturas para ser instalada, que chega a 27 assinaturas no mínimo. Os senadores devem fazer um novo pedido de instalação dessa CPI na próxima terça-feira (17).