De acordo com a Folha de S.Paulo, a campanha de Jair Bolsonaro saiu mais cara do que foi declarado. Segundo o jornal, a análise de notas fiscais da prestação de contas eleitorais de diretórios estaduais do PSL mostrou que parte do dinheiro usado para campanha foi verba pública do fundo eleitoral.

Segundo os documentos, foram gastos R$ 420 mil para fazer 10,8 milhões de santinhos, adesivos e panfletos, feitos de forma isolada e também em conjunto com outros candidatos do PSL.

O presidente Jair Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral que sua campanha gastou R$ 2,46 milhões --estes R$ 420 mil representam 17% de tudo que foi declarado por ele à Justiça.

Os diretórios estaduais do PSL entregaram as notas fiscais à Justiça Eleitoral, no entanto, não lançaram as despesas diretamente na campanha de Bolsonaro, e nem o mesmo declarou na sua prestação de contas.

Conforme determina a resolução 23.553/2017, do Tribunal Superior Eleitoral, o material de campanha deveria ter sido declarado na prestação de contas de Bolsonaro como uma doação recebida pelo PSL estadual, com o valor gasto com os santinhos.

Dessa forma os gastos da campanha do presidente Jair Bolsonaro mostram-se menor do que realmente foi, já que os custos de material de campanha foram atribuídos ao PSL, conforme consta nas notas fiscais da gráfica.

Bolsonaro negou ter usado de fundo partidário em campanha

Recentemente o presidente Jair Bolsonaro negou em suas redes sociais que usou dinheiro público proveniente de caixa 2 em sua campanha em 2018.

Na ocasião dirigiu ataques ao jornal Folha de S.Paulo, que publicou uma reportagem que aponta que valores depositados para candidaturas femininas foram para nas campanhas de Marcelo Álvaro Antônio e Jair Bolsonaro.

De acordo com presidente, ele arrecadou R$ 4 milhões em doações e usou apenas metade para campanha, e não utilizou dinheiro público.

Fundo Eleitoral

No ano passado, antes do início da campanha eleitoral, o então deputado Jair Bolsonaro falou ao Estadão que abriria mão de recursos públicos vindos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha.

O próprio Bolsonaro declarou que votou contra esse fundo extra, e que não seria justo pedir, ele também estaria tentando convencer a bancada federal do PSL a não gastar sua parcela "por coerência". A estimativa era que o partido iria receber do fundo partidário cerca de R$ 9 milhões e R$ 10 milhões.

Naquele momento o então presidente em exercício do PSL e advogado de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, afirmou que os parlamentares e candidatos do partido não iriam usar recursos do fundo eleitoral e que o partido iria entrar com uma ação para suspender a lei que criou o Fundo Partidário.