O deputado federal Marco Feliciano não faz mais parte do Podemos. O parlamentar foi expulso do partido na decisão tomada na segunda-feira (9) pelo diretório da sigla em São Paulo. Ainda cabe recurso pela Executiva Nacional, que afirma que o diretório estadual não tem competência para expulsar o deputado.
O que foi alegado pelo partido para expulsar o parlamentar foram aspectos da conduta "ética e moral" de Marco Feliciano que foram usados para dar suporte para a decisão de expulsá-lo. O Podemos elaborou um documento que foi assinado pelo presidente estadual da sigla, o vereador Mário Covas Neto, que vem a ser tio do prefeito tucano de São Paulo, Bruno Covas.
A reportagem do portal UOL tentou entrar em contato com Feliciano por meio de mensagens e também para sua assessoria, porém, até o fechamento da matéria, não obteve retorno.
'Espírito partidário'
Como relatado no documento assinado pelo presidente do Podemos de São Paulo, o parlamentar não teve "espírito partidário inerente e necessário". O texto diz ainda que foi escolhido pelo Conselho de Ética e Disciplina a expulsão de Feliciano. No documento consta também a utilização de "recursos públicos para fins particulares" por parte do deputado federal e cita o caso específico em que ele fez uso de verba pública para o pagamento de um tratamento dentário.
O jornal O Estado de S. Paulo relatou em agosto que Marco Feliciano recebeu reembolso de R$ 157 mil pela Câmara dos Deputados referente à conta da correção de um problema na mandíbula e também para reconstruir o sorriso com coroas e implantes.
Além dos motivos relatados acima, o Podemos de São Paulo diz que houve “incompatibilidade política” por parte de Feliciano pelo “apoio irrestrito” do parlamentar ao presidente da República Jair Bolsonaro.
Mas não foi somente a expulsão do partido que fez com que a semana começasse ruim para o parlamentar. A jornalista Patrícia Lélis publicou vários tuítes nesta terça-feira (10) em que relembrou uma passagem polêmica na vida do ex-deputado do Podemos.
Lélis relembrou um caso que teria ocorrido quando ela tinha 22 anos e era integrante da juventude do PSC. A jornalista afirma que foi abusada por Feliciano e que ele mandou seu assessor oferecer a ela dinheiro para que ela ficasse calada.
Precisamos falar sobre Marco Feliciano!
— Patrícia Lélis (@lelispatricia) 10 de dezembro de 2019
Quando eu tinha 22 anos e fazia parte da juventude do PSC, Feliciano me estuprou e agrediu, e fez isso usando o nome de deus.
(+)https://t.co/hJ8xRhxKTA
Direito de resposta
O jornalista Fabio Pannunzio retuitou as postagens de Patrícia Lélis, o que provocou a revolta de Marco Feliciano.
Também pelo Twitter, O deputado advertiu o jornalista que ele tem 24 horas para se desculpar publicamente pela calúnia e difamação cometidas.
Caro Fabio Pannunzio @blogdopannunzio , o Sr. tem 24h p/ se desculpar publicamente pela calúnia e difamação praticadas contra mim, sob penas das medidas cíveis e criminais cabíveis. Além disso, requeiro direito de reposta nos termos da L. 13.188. Tuítes devidamente printados.
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) 10 de dezembro de 2019
Patrícia Lélis SURTADA publica vídeos/tuites dizendo q há nova acusação d assédio contra mim. Mentira! Podemos/SP usou acusação falsa q ela fez p/ me expulsar. Lelis é denunciada pelo MP por tentativa de extorsão, e condenada a me pagar 150 mil por danos morais. Fugiu do país! pic.twitter.com/i3fhiH3qdS
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) 11 de dezembro de 2019