A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alega que os documentos referentes aos arquivos da construtora Odebrecht foram violados.
Essa documentação faz parte do processo da Lava-Jato, segundo o qual Lula teria recebido da construtora um terreno no qual poderia construir a sede de seu instituto. A partir dessa alegações, a defesa do ex-presidente está solicitando a absolvição de Lula do processo citado.
De acordo com informações do UOL Notícias, o documento foi entregue ainda na última quarta-feira (26) à 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele integra as alegações finais feitas pela defesa de Lula.
Segundo o site citado, nessa documentação a defesa do ex-presidente afirma que a cadeia de custódia da documentação da Odebretcht passou foi violada.
Para a defesa, essa violação pode representar a possibilidade de que os documentos tenham sido alterados no trajeto entre a Suíça, local onde os dados foram guardados, até chegarem nas mãos dos responsáveis pelo processo.
Ainda no mês de setembro de 2019, o UOL também chegou a revelar que a Lava-Jato havia acessado de forma clandestina o sistema de propinas da construtora.
Segundo o site, os arquivos pertencem a sistemas Mywebdayb e Drousys, sendo usados pela Odebrecht para fazer planilhas e compilar dados relativos às propinas, além de incluírem doações irregulares para campanhas eleitorais a diversos políticos.
É válido destacar que essa documentação pode ser considerada a peça central da acusação feita pelo Ministério Público Federal (MPF).
Peritos e a veracidade dos arquivos da Odebrecht
De acordo com os peritos, os arquivos em questão realmente vieram dos servidores da construtora no exterior.
Apesar disso, a defesa de Lula recebeu autorização por parte de Edson Facchin, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apresentar um laudo complementar, ainda que as provas destacadas tenham sido analisadas pela Polícia Federal anteriormente.
Para cumprir essa função, a defesa de Lula contratou o perito Cláudio Wagner, que chegou a conduzir entrevistas com os peritos da PF responsáveis pela primeira análise das provas. Durante essas entrevistas, os policiais chegaram a dizer que os arquivos foram colhidos diretamente da Odebrecht, a partir dos sistemas em questão, e que não foram retirados do sistema da Suíça de forma direta.
Wagner chegou a afirmar que, após muita leitura e análise do caso, essa seria realmente a verdade. Segundo ele, a construtora teria sido responsável por modificar os dados antes de enviar para o Ministério Público.