Na última sexta-feira (6), o policial militar Gabriel Monteiro perdeu o porte de arma e foi suspenso de suas atividades externas na Polícia. O policial, que também é youtuber, tem levantado acusações nas redes sociais sobre a relação entre o ex-comandante Ibis Cerqueira e o crime organizado. Diante desse fato a PM-RJ colocou o militar submisso a um processo administrativo que visa disciplinar ações que desrespeitam autoridades acima.

Eduardo Bolsonaro discorda das medidas tomadas pela PM

Alguns parlamentares se posicionaram a favor de Monteiro em suas redes sociais, dentre eles está o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do atual presidente da República, Jair Bolsonaro.

De acordo com a publicação no Twitter de Eduardo, o deputado não conhece o jovem policial, mas ele acredita que retirar o porte de arma daquele que está sendo ameaçado pelo crime organizado é quase uma decretação de "uma sentença de morte". Para o filho de Bolsonaro, todo cidadão de bem deve ter uma arma para se defender dos verdadeiros bandidos. Gabriel Monteiro agradeceu o apoio e disse ainda que deseja poder conhecer o deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Entre os defensores de Gabriel é possível listar: o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) e o Coronel Derrite (PSL-SP), que fez uma transmissão ao vivo juntamente com o policial processado e declarou que vai disponibilizar seus assessores jurídicos conforme seja preciso.

Na última quinta-feira (5), na tribuna da Câmara, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) comentou sobre o processo contra o policial Gabriel e cobrou que o governador do Rio, Wilson Witzel, autoridade máxima do estado do Rio de Janeiro, se posicione frente ao caso.

O deputado Felippe Poubel (DEM-RJ), para quem Gabriel trabalha como segurança, demonstrou total apoio ao soldado em seu Twitter, onde destacou que estão tomando todas as medidas protetivas ao soldado e ressaltou que nunca abandona um soldado em batalha.

Posição do ex-comandante Ibis Cerqueira

O Globo procurou o Coronel Ibis que prontamente respondeu classificando a atitude do soldado Monteiro como leviana e que visa apenas a transgressão para a "projeção pessoal", visto que o policial faz acusações sérias sem mostrar as devidas provas. Segundo o ex-comandante Ibis, as acusações são sem fundamento e materialidade.

O Coronel afirmou que o soldado processado está em busca de holofotes visto que 2020 é um ano eleitoral.

Posição da corregedoria da Polícia Militar do RJ

A corregedoria da PM informou que Gabriel Monteiro cometeu uma "transgressão disciplinar de natureza grave", pois trata de forma desrespeitosa o ex- comandante geral da PM, o coronel Ibis Cerqueira. Segundo a corregedoria o desrespeito ocorreu em pelo menos duas ocasiões, uma delas foi a gravação que o policial e youtuber Monteiro fez afirmando que Ibis foi visto entrando em área dominada pelo facção criminosa do comando vermelho e questionando o oficial sobre o envolvimento do PSOL com a criminalidade da Maré.