O governador de São Paulo João Doria (PSDB) sofreu ameaças de morte nesta quinta-feira (26). O tucano também foi ameaçado em suas redes sociais em seu celular com mensagens informando que sua residência seria invadida.

Após as ameaças, a Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes decidiu reforçar a segurança do governador paulista. Uma das primeiras atitudes foi cercar sua casa para evitar uma possível invasão. Após ser ameaçado, o governador João Doria procurou a Polícia para registrar um boletim de ocorrência. A Polícia Civil vai abrir uma investigação para apurar os fatos.

Equipe Doria especula sobre ameaças

De acordo com informações publicadas na coluna da jornalista Mônica Bergamo no jornal Folha de S.Paulo, a equipe do governador de São Paulo afirmou ter indícios de que as ameaças partiram de um movimento bolsonarista.

Ainda segundo a publicação, a equipe acredita que os ataques contra o governador João Doria partiram de um movimento articulado por membros do gabinete do ódio, justamente quando o tucano mostraria forte liderança no combate ao coronavírus.

Doria e Bolsonaro trocam acusações

As relações entre o governador de São Paulo João Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão estremecidas desde o ano passado, porém ficou mais tensa após a chegada do coronavírus COVID-19 ao Brasil.

Na quarta-feira (25) antes de receber as ameaças de morte, Doria teve o primeiro embate com Bolsonaro durante uma reunião com governadores da região sudeste realizada através de uma videoconferência. No encontro virtual, os políticos trocaram acusações duras em relação à condução da crise sanitária.

Durante a discussão, Bolsonaro afirmou que o paulista não tem autoridade para criticar sua atuação diante da crise do coronavírus, porque após ser eleito governador de São Paulo em 2018 virou as costas para ele.

Doria pediu calma, serenidade e tranquilidade ao presidente da República e ainda ameaçou ir à Justiça, caso o Governo Federal insista em confiscar respiradores mecânicos de São Paulo que são usados para atender doentes em estado grave que foram contaminados pelo novo coronavírus.

Os governadores Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais também participaram da reunião com o presidente Jair Bolsonaro na manhã de quarta-feira.

João Doria diz que Bolsonaro deve dar exemplo

Antes do embate, o governador tucano discursou e pediu que Bolsonaro seja um exemplo e que não divida o país. Ele afirmou que como cidadão e governador lamentava o teor do pronunciamento do presidente da República à nação, realizada na noite anterior (24) em cadeia nacional de rádio e televisão.

"O senhor como presidente da república tem que dar o exemplo", disse Doria durante seu discurso na reunião dos governadores com Bolsonaro. Ele ainda acrescentou que um mandatário precisa comandar para conseguir dirigir uma nação e não dividi-la.

Após as críticas do presidente de que os chefes dos executivos estaduais estavam causando danos à economia por impor seus estados à quarentena, o tucano disse que a prioridade dos governadores brasileiros é salvar vidas e preservar os empregos, além de adotar medidas para manter a economia ativa.

Doria disse que os estados e seus governadores estão conscientes de suas responsabilidades neste momento em que o Brasil enfrenta uma grave crise sanitária.

Bolsonaro rebateu dizendo que o governador paulista está fazendo uso da crise para conseguir palanque eleitoral visando as eleições presidenciais de 2022 pelo fato de ter se manifestado sua vontade de comando o país em diversas ocasiões.