O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez duras críticas, nesta última quinta-feira (16), ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Bolsonaro justificou que Maia quer tirá-lo do Governo e classificou atuação do parlamentar nas medidas para minimizar os efeitos do coronavírus no Brasil como "péssima".

Em entrevista à CNN Brasil, o presidente disse que Rodrigo Maia quer assumir o papel do Executivo. Ele afirma respeitar Maia, porém, diz que Maia tem que respeitar ele. Bolsonaro também diz que seu sentimento é de que Maia não quer amenizar nada nessa crise do coronavírus.

O presidente disse que Maia só quer atacar o seu governo.

Maia disse que responderá Bolsonaro com 'flores'

O deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse em entrevista à CNN Brasil nessa última quinta-feira (16) que as críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra ele nesse momento são uma estratégia para desviar do foco da demissão do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. Logo depois de Bolsonaro fazer duras críticas a Maia, o deputado disse que não iria responder com “agressões”, mas com “flores”.

Segundo Maia, o presidente faz ataques como uma velha tática política. Segundo o deputado, Bolsonaro teve uma notícia ruim vinculada ao seu nome, ao mandar embora um ministro da Saúde, e quer mudar de assunto.

Maia enfatiza que o tema vai continuar a saúde, dando continuidade ao que o ex-ministro Mandetta estava realizando e agora vai ser assumido pelo novo ministro. Maia ainda disse que o Parlamento está, desde o começo, em discussões sobre os temas muito seriamente e com toda a equipe do governo.

Maia disse que Bolsonaro está tentando mudar de assunto porque a população do Brasil está preocupada com a demissão de Mandetta.

Maia, ainda disse que vão dar uma oportunidade a Bolsonaro, porém, a saída do Mandetta está assustando 80% da população do Brasil. Maia usa uma analogia de troca de general no meio de uma guerra, fazendo com que a tropa fique sem rumo nenhum e enfatiza que a população está muito preocupada e não se pode criar mais insegurança.

Maia defendeu também um projeto que visa socorrer os estados, aprovado pelo Parlamento nessa última segunda-feira (13) e criticado pelo governo. O texto prevê um "seguro" contra a frustração das receitas dos estados com o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e dos municípios, com o ISS (Imposto Sobre Serviços), visto pelo governo como um “cheque em branco” para prefeitos e governadores.

Maia explica que o governo esta contra esse projeto, que pode aliviar as contas do estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul, por uma disputa política entre o presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O governo está defendendo uma distribuição per capita, o que, para Maia, está fazendo parte dessa disputa que pode prejudicar a capacidade das cidades de atender os casos de coronavírus.