Nesse último domingo (26), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez uma defesa da nomeação de Alexandre Ramagem para ser diretor-geral da Polícia Federal. Em uma das redes sociais do presidente, uma seguidora fez uma colocação mostrando que Ramagem é amigo dos filhos de Bolsonaro.

O presidente, em resposta à indagação da mulher, respondeu com um “e daí?” e continuou dizendo que antes de conhecer seus filhos já teria conhecido Ramagem. Ele finaliza a mensagem com duas indagações: a primeira, se ele teria que vetar o nome, e a outra, se ele teria que nomear “amigo de quem” para o cargo.

Essa indagação da mulher é resultado do pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que aconteceu na última sexta-feira (24). Após estar no cargo um ano e quatro meses, Moro saiu do ministério afirmando que Bolsonaro fez varias tentativas para interferir de maneira política dentro da Polícia Federal, que é ligada no ministério da Justiça e Segurança Pública. Em sua defesa, na mídia social, o presidente disse que Moro mentiu ao afirmar que ele teria se intrometido dentro da Polícia Federal e disse não ter trocado nenhum superintendente da instituição federal.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, logo depois do pedido da demissão de Sergio Moro, determinou que o órgão mantenha, em todos os seus pontos de investigação, seus delegados com a investigação de possíveis atos ilícitos de divulgação de notícias falsas e financiamento de pautas antidemocráticas.

Carlos Bolsonaro pode estar envolvido

Alexandre Ramagem trabalha na Polícia Federal desde 2005 e chefiou a equipe que fez a segurança do então candidato Jair Bolsonaro na campanha em 2018 e, assim, se transforma em amigo íntimo da família Bolsonaro. Ramagem tem uma foto com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicano-RJ), que é filho do presidente, durante a festa de Ano Novo de 2019.

Outro nome ligado à família e cogitado para o Ministério da Justiça é o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência Jorge Oliveira.

Carlos Bolsonaro vem defendendo o nome de Ramagem para se tornar diretor-geral da Polícia Federal e não esconde sua preferência. Carlos tem um inquérito no STF, aberto pelo presidente Dias Toffoli, que aponta ele como suspeito de divulgar notícias falsas (fake news).

No inquérito aberto pelo ministro Toffoli, Carlos seria suspeito de liderar pessoas ou um gabinete (chamado “gabinete do ódio”), onde sairia as notícias falsas. Ainda, segundo o inquérito, seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), estaria envolvido e também seria suspeito de fazer parte do esquema.