O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu o ex-ministro Sergio Moro, que é o seu algoz, e não o presidente da República Jair Bolsonaro, como sendo o seu principal alvo na crise que foi causada pela demissão do titular da Justiça.
Em uma reunião que aconteceu entre a executiva nacional e também com os representantes das bancadas do PT na Câmara e no Senado, na sexta-feira (24) à noite, Lula fez uso da maior parte da fala que foi feita por ele no momento para atacar diretamente o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que deixou o seu cargo no Ministério da Justiça na última semana.
Segundo foi divulgado por pessoas que participaram da reunião, que contou com a presença de Lula, o ex-presidente decidiu que logo no começo da conversa, e não ao final, ele iria falar com o público do local, diferente do que havia sido programado, como ocorre de costume.
Durante o momento, Lula fez um aparte durante a manifestação que foi feita pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, que foi a primeira a falar durante a reunião, e logo em seguida o ex-presidente iniciou a sua fala a respeito do ex-ministro Moro, quando o atacou.
Lula não perdoa Moro em discurso
De acordo com os relatos de pessoas presentes no momento, Lula usou de palavrões no momento e passou e enumerar os atos do ex-ministro que aconteceram contra ele próprio e o PT, desde o início que começou as investigações a respeito da Lava Jato, que Moro fez parte ativamente antes de se tornar ministro no governo de Bolsonaro, em 2018.
Em um determinado momento, o ex-presidente declarou que Moro contava com ligações com o Governo dos Estados Unidos quando ele ainda era juiz, mas que não chegou a vincular as ligações que ele tinha com a forma que o ex-juiz deixou o seu cargo no governo na última semana.
Através de uma declaração que foi feita por Lula na manhã de sexta-feira (24), o ex-presidente chegou a falar que considerava que Bolsonaro era, na realidade, ‘cria’ de Moro, e não o contrário como era apontado. Lula declarou que não pode se ter uma inversão da história, e que Bolsonaro é filho de Moro, e não o contrário. Ele ainda declarou que na disputa toda os dois são bandidos, e pontuou ainda, ao final, que os dois são filhos da mentiras inventadas pela Rede Globo.
Moro foi o responsável pela condenação de Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá, que aconteceu em 2017.
A pena do ex-presidente foi elevada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região para 12 anos e depois disso foi novamente reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça para oito anos e dez meses. Com a condenação, Lula ficou preso por um ano e meio em uma carceragem da Polícia Federal em Curitiba, que impediu que o petista pudesse disputar a eleição presidencial em 2018.