A partir desta quarta-feira (20), o ator e apresentador Mário Frias é o novo secretário Especial da Cultura. Com 48 anos, Frias ocupa vaga da agora ex-secretária Regina Duarte. A atriz, "namoradinha do Brasil", foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro a administrar a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Duarte tornou-se secretária Especial da Cultura no dia 4 de março. O fato ocorreu depois que Roberto Alvim foi demitido do Governo após reproduz parte de um discurso feito pelo nazista Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler.

Demonstrando alegria em vídeo publicado nas redes sociais do presidente Bolsonaro, a intérprete da Viúva Porcina na novela "Roque Santeiro" perguntou ao presidente se realmente ela estava sendo "fritada", como estava sabendo pelos veículos de imprensa. Em sua defesa, o presidente respondeu que jamais a fritaria. Ele explicou que a transferência de Regina para São Paulo favorece a proximidade dela com a família, de quem ela alegava saudades dos netos e filhos. O presidente afirma na gravação que este seu posicionamento tem a ver com prestígio por tudo o que a atriz representa para o Brasil. Ele acrescentou em sua justificativa que para a imprensa toda semana tem um ou dois ministros sendo fritados.

Regina Duarte diz que ganhou dois presentes

Ainda pelo vídeo, Regina Duarte explicou que poder contribuir para o governo das instalações da Cinemateca é o melhor presente que Bolsonaro poderia lhe oferecer.

Ela disse que ganhou dois presentes do presidente: “vir para São Paulo gerenciar a Cinemateca, sonho de qualquer profissional das áreas de Comunicação, Audiovisual e Teatro, e ficar próxima à sua família". Conforme o portal G1, a exemplo de Bolsonaro, Regina Duarte também fez uma postagem em sua rede social, nesta quarta-feira à tarde.

Na gravação, a atriz afirma que nos próximos dias divulgará projetos como legado ao povo brasileiro, consumidor de arte, referentes aos dois meses e meio em que esteve à frente da Secretaria Especial de Cultura em Brasília.

O jornal El país destaca que o incômodo da classe artística com a impassividade da atriz frente às mortes de representantes ilustres da cultura brasileira, como o cantor e compositor Moraes Moreira, o escritor Rubem Fonseca e o também compositor Aldir Blanc, contribuiu para a sua transferência do cargo de secretária. O mundo artístico estaria descontente também com recente entrevista dada pela ex-secretária da Cultura à CNN Brasil, subestimando as mortes ocorridas no período da ditadura militar no país. O diálogo acabou em descontentamento dos apresentadores, com Regina recusando-se a continuar a conversa.