Nesta sexta-feira (8), o cantor e youtuber, Lobão, publicou em seu canal do YouTube um vídeo em que comentou a entrevista concedida pela secretária da Cultura, Regina Duarte, à CNN Brasil. Primeiramente o músico fez questão de comentar a postura da secretária na entrevista. Regina vem sendo criticada pela forma abrupta como a entrevista foi encerrada após a exibição de um depoimento em que a também atriz Maitê Proença se pronunciou criticando a sua gestão da pasta no Governo Federal. O músico reforçou o grupo dos que criticam a secretária a definindo como uma "diva histérica e dondoca".

O cantor ainda fez questão de rebater aqueles que buscam defender as posturas apresentadas por Regina Duarte durante a entrevista.

Em seguida Lobão iniciou uma análise comentada dos principais trechos da entrevista, em sua opinião. Ele inicia comentando sobre a resposta apresentada por Regina em relação ao áudio revelado pela revista Crusoé em que ela conversa com uma assessora sobre a possibilidade de ser demitida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Lobão afirma que apesar dela negar ao entrevistador que tenha existido a possibilidade de ser demitida da Secretaria, na conversa divulgada pela revista é claramente audível que a assessora acreditava que Regina seria substituída por um nome indicado ao governo pelo pastor Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus.

Indústria Cultural

Em Seguida Lobão analisou toda a realidade que levou Regina a assumir a Secretaria de Cultura após a saída de Roberto Alvim. Ele afirmou apenas participar do governo de Jair Bolsonaro atualmente seria uma demonstração de falta de vergonha na cara. Em seguida ele cobrou posturas efetivas da secretária em relação à construção de uma indústria cultural no Brasil que gere renda para os artistas e os outros profissionais que integram o meio.

Lobão fez questão de comparar a sua cobrança com a realidade da indústria cultural em outros países como Inglaterra e Coréia do Sul. Ele ainda cobrou a elaboração de planos e programas da secretaria utilizando-se da estrutura que o Governo Federal e os estados brasileiros dispõem para permitir que os artistas brasileiros gerarem renda.

"Temos uma infinidade de profissionais, Regina Duarte, que estão a míngua", afirmou o cantor pouco antes de listar alguns profissionais que vivem do mercado do entretenimento sem serem artistas propriamente ditos.

Incerteza

O cantor ainda lembrou através do seu comentário que ele, assim como muitos outros profissionais, estão tendo de buscarem meios de sobreviverem durante a pandemia causada pelo novo coronavírus e que estes mesmos profissionais não possuem ideia de quando voltarão a se apresentarem. Lobão então questionou a Regina sobre a enorme quantidade de artistas brasileiros que já não teriam mais dinheiro algum para se manterem e resistirem ao longo dessa crise.

Sentido de Cultura

Lobão criticou a ideia que alguns membros do Governo Federal demonstraram, assim como o ex-secretário Roberto Alvim, de que a Secretaria serviria para financiar o que se define por Alta Cultura, que seriam expressões artísticas clássicas como a ópera e o teatro.

"Uma Secretaria ou Ministério da Cultura servem para socorrer e ajudar a florescer toda manifestação de cultura. Toda manifestação de cultura é digna de respeito", afirmou o cantor apresentando sua visão de como a pasta deveria atuar. Ele ainda reforçou que todos possuem o direito de terem diferentes opiniões sobre as manifestações culturais, mas que isso não deveria ter influência sobre a ação das políticas públicas.

Lobão então passou a criticar a ação de Regina enquanto secretária, afirmando que ela estaria se humilhando a estar em um governo de pessoas "revanchistas" e que não está fazendo nada de importante para a classe artística. "Ninguém aqui é mórbido. Em momento do vídeo Lobão chegou a chamar a atitude de Regina de "Cinismo travestido de maluquicezinha".

A necrofilia, a necropolítica está justamente, do seu chefe", afirmou Lobão ao criticar o anúncio feito por Bolsonaro de que fará um churrasco no sábado mesmo diante dos números do Brasil causados pela pandemia de coronavírus.