O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), é investigado no suposto esquema de "rachadinhas", que resultou na prisão de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Considerado peça chave nas investigações, Queiroz foi preso na quinta-feira (18), em uma residência localizada em Atibaia, interior de São Paulo, propriedade do advogado Frederick Wassef, até então defensor de Flávio no processo.

Após a prisão de Queiroz, Wassef deixou a defesa do senador. Em entrevista concedida a CNN, o advogado afirmou que teria entrado em contato com o senador e pedido para deixar o caso.

Novos advogados

Durante a defesa de Wassef, Flávio Bolsonaro não se apresentou à promotoria para esclarecimentos, mesmo após convocação do Ministério Publico em dezembro de 2018.

Luciana Pires e Rodrigo Roca, novos advogados responsáveis pela defesa do Senador, protocolaram nesta terça-feira (23) um pedido ao Ministério Público do Rio de Janeiro para que Flávio possa prestar esclarecimentos sobre o suposto esquema das "rachadinhas", indicando uma nova estratégia de defesa.

Flávio Bolsonaro entrou com várias ações, questionando as investigações, na tentativa de arquivar o caso.

Um dos argumentos usados por Flávio Bolsonaro na tentativa de arquivamento das investigações foi o foro privilegiado que altera a competência penal sobre ações, contra determinadas autoridades públicas, uma vez que ele teria sido eleito para o cargo de senador da República. O pedido feito junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) foi negado pelo ministro da corte Marco Aurélio Mello.

Outro recurso aberto pela defesa de Flávio também foi negado pelo Supremo no fim do ano passado. O recurso defendia que o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apresentava irregularidade nos dados.

Segundo o relatório, as movimentações realizadas por Queiroz chegam a R$ 1,2 milhão.

Na quinta-feira (25), um pedido de habeas corpus feito em março deste ano pela defesa do senador será julgado pela Justiça do Rio de Janeiro. Cinco desembargadores serão responsáveis pelo julgamento. O resultado pode influenciar em todas as medidas cautelares que dizem respeito ao processo. Caso os argumentos apresentados pela defesa sejam acatados pela maioria dos cinco desembargadores da 3ª Câmara Criminal, a prisão de Fabrício Queiroz e a quebra de sigilos correriam o risco de serem anuladas.

Operação Furna da Onça

No dia 8 de novembro de 2018, a Polícia Federal deflagrou uma operação intitulada como Furna da Onça, que resultou na prisão temporária de dez deputados.

O objetivo da operação era investigar lavagem de dinheiro, mão de obra terceirizada e casos de Corrupção que teriam movimentado R$ 54 milhões.

O pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro e ex-aliado do governo Bolsonaro Paulo Marinho (PSB) fez algumas declarações sobre Flávio, afirmando que o senador teria sido avisado com antecedência sobre a operação.

Um dia após a prisão de Fabrício Queiroz, Flávio Bolsonaro foi intimado pelo MPF a prestar depoimento sobre os supostos vazamentos por parte da Polícia Federal na operação que descobriu as movimentações suspeitas feitas por Queiroz.