O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou em seu perfil oficial no Twitter uma fake news sobre a interferência do STF (Supremo Tribunal Federal) nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus, alegando que o supremo impediu o presidente de agir contra a propagação do vírus.

Gravação

O vídeo compartilhado por Jair Bolsonaro foi gravado por Milton Cardoso, da afiliada da Band em Porto Alegre. Durante a gravação, Milton critica o ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandeta e sua postura em frente ao combate da pandemia transmitindo desinformações sobre a covid-19.

Milton Cardoso afirma na gravação que Bolsonaro teve seus poderes retirados pelo Supremo e que seu desejo de aplicar o isolamento vertical no país foi ignorado pelos ministros da corte.

O comentarista ainda afirma que Bolsonaro sempre foi contra medidas de isolamento social e quarentena, e que o ex-ministro, estados e municípios brasileiros que seguiram as normas da Organização Mundial De Saúde (OMS) foram criticados por ele.

STF

No dia 15 de abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal julgou uma ação movida pelo PDT contra uma medida provisória de Jair Bolsonaro que garantia a ele total poder de estabelecer as ações destinadas ao combate à pandemia de covid-19.

No julgamento foi decidido que além do presidente da República, governadores e prefeitos brasileiros teriam plenos poderes para determinar as ações de combate ao coronavírus, assim como medidas de prevenção e restrições de transportes públicos.

SUS

No início da pandemia, o então ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta solicitou que a população só procurasse ajuda hospitalar em casos de apresentação sintomática do vírus, atitude que também foi criticada pelo comentarista da Band.

No entanto, a recomendação do ministro tinha fundamento preventivo na época. A intenção é que não acontecesse uma superlotação no Sistema Único de Saúde (SUS), prevenindo também a possibilidade de que pessoas saudáveis acabassem sendo expostas ao coronavírus em ambientes hospitalares, sofrendo uma possível contaminação evitável.

Cloroquina

A medicação fortemente defendida por Bolsonaro desde o início da pandemia também foi defendida por Milton com o reforço da azitromicina.

O Conselho Nacional de Saúde e a Sociedade Brasileira de Infectologia não aconselham o uso da medicação que, segundo a Organização Mundial de Saúde, não possui nenhuma comprovação científica de eficácia no tratamento contra a covid-19 e podem ,inclusive, causar danos cardíacos e prejudicar pacientes que já têm histórico de problemas cardiovasculares.