Nesta quarta-feira (5), o Governo de Jair Bolsonaro (sem partido) fez uma declaração sobre o bolsa atleta. De acordo com o governo federal, o edital deste ano de 2020 não será lançado e o valor será unificado ao edital do próximo ano 2021. Com essa decisão, atletas beneficiários do programa permanecerão 12 meses consecutivos sem direito de receber a bolsa.

A publicação do edital anunciado pelo Ministério da Cidadania foi justificado pelo secretário Marcello Magalhães, que falou à imprensa que o novo formato adotado serve para que atletas e as confederações esportivas possam ter uma certa tranquilidade neste momento onde o esporte é diretamente afetado pela crise mundial.

De acordo com ele, o edital serve como "garantia" por parte do governo de Jair Bolsonaro de que a falta de eventos esportivos neste ano não acarretará em prejuízos aos atletas nas vésperas das Olimpíadas de Tóquio, no Japão.

Olhar Olímpico

De acordo com o Olhar Olímpico, coluna do UOL, assinada por Demétrio Vecchioli, o orçamento do Bolsa Atleta já estourou todos os limites no ano de 2017. O programa destinado a atletas custa para a União R$ 140 milhões por ano e, segundo eles, o reservado pelo governo federal não ultrapassa o montante de R$ 70 milhões. Justifica-se, assim, que a solução encontrada pelo governo foi adiar o máximo possível a divulgação da nova lista.

Ainda de acordo com o Olhar Olímpico, o funcionamento do programa era da seguinte forma: o governo federal lançava em maio um edital baseado no ano anterior e, em agosto, o atleta começava a receber o valor que tinha duração de um ano (12 meses).

Caso o atleta apresentasse resultado no mês de maio do próximo ano ele poderia se inscrever na bolsa novamente, desta forma ele recebia o benefício já no mês seguinte ao último pagamento.

A falta de dinheiro fez com que o governo fosse postergando cada vez a publicação do edital. No último dia de governo de Temer, ele publicou o edital já com a realização de diversos cortes.

Jair Bolsonaro

Após Jair Bolsonaro assumir a Presidência da República, com uma grande comoção pública, o problema acabou sendo resolvido pelo período de um ano.

Agora, o problema da falta de dinheiro voltou a ser foco e, como o prazo para conclusão do edital estava se esgotando, o governo foi obrigada a tomar uma decisão e acabou optando pela unificação, que, de acordo com o Olhar Olímpico, significa que o dinheiro correspondente a este ano de 2020 não poderá ser usado pela Secretaria Especial do Esporte, pois já foi comprometido no ano de 2019.

A unificação dos editais prejudica diretamente os atletas que fazem uso da bolsa continuamente, que chegarão a ficar por um período de 12 meses sem o benefício. Mesmo que o governo mantenha o novo prazo informado, a primeira parcela deve ser recebida apenas em março de 2021.