Nesta quara-feira (5), Arnaldo Correa de Medeiros, o Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, informou que a intenção do governo federal é adquirir a primeira vacina que estiver disponível para venda no mercado contra o coronavírus, e que o país responsável pela fabricação não será obstáculo para a negociação.

O secretário ainda afirmou durante uma audiência da Câmara dos Deputados que pretende visitar o Instituto Butantan nos próximos dias. O instituto é o responsável pela terceira fase de testes e participação na produção da Coronavac, vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech.

Oxford

No momento, o governo federal aposta na vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. Os planos são que 100 mil doses da vacina sejam disponibilizadas para o governo brasileiro. Da mesma forma que a vacina chinesa teve tecnologia de produção repassada ao Butantan, a vacina de Oxford deverá ter a tecnologia repassada para o instituto Bio-Manguinhos, uma das unidades da Fiocruz.

O ministro já analisou a vacina testada na Rússia, inclusive participou de algumas reuniões, porém não se manifestou sobre o assunto.

Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou sobre as vacinas em suas redes sociais no último dia 30. Durante a transmissão, Bolsonaro comunicou que o governo estava incluso no consórcio da Oxford e chegou a dizer, mesmo sem citar diretamente a China, que a vacina não era "daquele outro país".

Mesmo sendo o maior parceiro comercial do Brasil atualmente, a China vem sendo duramente criticada por apoiadores do presidente, que atacam o regime comunista. Além da declaração de Bolsonaro fazendo referência à China, apoiadores de seu governo escancaram nas redes sociais a contrariedade à vacina chinesa no país.

Roberto Jefferson, presidente do PTB, chegou a fazer uma publicação em seu Twitter em que dizia que a vacina chinesa estava sendo criada para combater um vírus chines e era financiada por um grande parceiro comercial da China.

Referindo-se ao governador de São paulo, João Doria (psdb), finalizou sua publicação dizendo: "Eu que não quero essa vacina, e vocês?"

João Doria

A grande parcela dos ataques relacionados à Coronavac não está apenas relacionada ao fato de ter sido criada por um laboratório chines. O fato do governador João Doria ser o financiador da vacina testada no Instituto Butantan, e acreditar que ela realmente funcionará, apostando suas fichas nisso, faz com que os apoiadores do governo rejeitem mais ainda a medicação, pois João Doria é considerado pelos bolsonaristas um dos maiores rivais políticos de Jair Bolsonaro.