Hamilton Mourão, vice-presidente da República, se manifestou nesta manhã desta quarta-feira (26) a respeito das universidades federais no Brasil. De acordo com ele, a situação dos atendimentos nestas universidades se caracteriza como um grande paradoxo. Mourão citou estudantes que, mesmo com condições financeiras de bancar os custos relacionados à sua formação, ganham do país uma Educação superior de qualidade, gratuita, sem que precisem devolver nada posteriormente. "Gente que poderia pagar os seus custos e está recebendo um ensino de graça, posteriormente não devolvendo nada para o país", afirmou.
O vice-presidente disse ainda acreditar que pelo menos 60% dos estudantes universitários das redes federais têm condições de arcar com as despesas. Na teoria de Mourão, se esta porcentagem realizasse pagamentos, existiria uma oportunidade de ampliar a quantidade de alunos matriculadas em setores privados, e em consequência disto aumentariam também o número de jovens cursando e se formando no ensino superior.
Argumentos
O argumento apresentado pelo vice-presidente é de que a existência da cobrança no ensino público das instituições federais geraria novos recursos que poderiam ser utilizados no financiamento de programas voltados à permanência em instituições privadas.
Compensação
Ainda na visão de Hamilton Mourão, a mudança causaria um tipo de compensação muito justa, uma vez que os recursos levantados nas universidades federais seriam repassados através de programas de financiamento aos jovens que não têm condição de bancar as despesas de uma universidade privada.
O vice-presidente ainda afirmou que este assunto deve ser analisado e discutido atualmente com bastante seriedade e sem a existência de preconceitos.
Durante a manhã desta quarta-feira, o vice-presidente Mourão participou de uma aula inaugural (aula magna) do grupo Ser Educacional.
Universidade federal
Atualmente o ingresso em uma universidade federal no Brasil pode ser realizado de diversas formas.
Algumas instituições já suspenderam os tradicionais vestibulares e usam a prova do Enem como métrica de ingresso, enquanto outras ainda aderem ao método tradicional.
Outra opção além do Enem e vestibulares é o Sisu. O programa realiza uma seleção anual que define os estudantes que devem ou não ingressar em universidades públicas federais.
As seleções são realizadas de forma automática, baseado nas notas do Enem, no entanto, o Sisu é voltado para estudantes que realizaram a prova mas não zeraram a redação.
O programa também destina metade de suas vagas (50%) para grupos de candidatos que estudaram em escolas públicas durante o ensino médio e para população classificada de baixa renda, no qual a renda total familiar seja igual ou inferior a meio salário mínimo.