Nesta quarta-feira (26), a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, manifestou-se a respeito da menina de 10 anos que foi abusada pelo próprio tio desde os 6 anos e teve o aborto legal concedido pela Justiça, após descobrir que os abusos resultaram em uma gravidez.
Os dados pessoais da menina e do hospital em que o procedimento foi realizado acabaram sendo divulgados por Sara Giromini, o que acabou gerando uma desconfiança por parte da população de que Damares Alves teria vazado as informações, na tentativa de evitar que o aborto fosse realizado.
Isso porque, após a divulgação do caso, ela demonstrou ser contrária à prática, mesmo neste caso, e chegou a oferecer todo o apoio necessário caso ela decidisse manter a gestação.
Declarações de Damares
Em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (26) pela própria ministra, ela nega ter divulgado os dados da vítima e da instituição de saúde e afirmou que o foco do ministério nunca foi o aborto em si, mas sim o tamanho da violência à qual a vítima havia sido submetida. No entanto, a ministra acrescentou que o feto que a menina carregava era uma vida inocente.
Ainda na gravação, Damares confirmou que técnicos de seu ministério foram até São Mateus, no Espírito Santo, com o intuito de participar de três reuniões sobre a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes.
A ministra diz inclusive que as reuniões foram devidamente registradas e que foram realizadas na sede da Polícia Civil, no Conselho Tutelar da cidade e na Secretaria de Assistência Social.
Visita
Damares negou ainda que sua equipe tenha realizado qualquer tipo de visita à vítima e à sua família, que nem sequer encontraram algum deles ou tiveram qualquer tipo de contato.
Sobre os boatos de que teriam sido membros da pasta que vazaram os dados confidenciais, ela nega qualquer envolvimento de seu ministério e reforça que eles não tiveram acesso à identidade da criança ou do hospital.
As visitas à região são mencionadas por Damares como algo padrão, inclusive cita como exemplo casos como o de Miguel, que caiu do nono andar de um prédio, e o incêndio no Ninho do Urubu.
Entretanto, São Mateus tem um problema que precisa ser trabalhado, uma vez que a cidade registra pelo menos um parto realizado em crianças de até 14 anos por mês.
Investigação
Ainda de acordo com a ministra, foi iniciada uma investigação interna com o objetivo de descobrir quem é o responsável pelo vazamento de informações e também quais as pessoas ou instituições que tiveram acesso direto à vítima e à sua família, incluindo ONGs.
A menina segue em programas de proteção do Governo estadual e inicia uma nova vida com novo endereço e novo nome, porém os programas são sigilosos justamente para a devida proteção da vítima.