Os advogados de defesa do senador Flávio Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro (sem partido), entraram com uma ação na justiça que a juíza Cristina Serra Feijó aceitou, em tutela provisória, para que a Rede Globo de Televisão seja proibida de apresentar documentos ou peças relacionadas às investigações do suposto esquema de rachadinha de quando o então senador era deputado na Alerj, no estado do Rio de Janeiro.

O argumento para a decisão foi de que o processo segue em segredo de justiça.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4) pela revista Veja. De acordo com a matéria, a petição foi realizada contra a Rede Globo e protocolada por Luciana Pires e Rodrigo Roca, advogados de defesa de Flávio Bolsonaro.

Investigação

No início desta semana, na segunda-feira (31), foi divulgado que as investigações por parte do Ministério Público, realizadas pelo Gaecc (Grupo de Atuação no Combate à Corrupção), foram finalizadas e que as averiguações já haviam sido concluídas.

A investigação sobre o suposto esquema de rachadinha, que resultou na prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e sua esposa Márcia Aguiar, segue agora com Eduardo Gussem, procurador-geral de justiça do estado do Rio de Janeiro.

MPF

As apurações realizadas pelo Ministério Público verificam se o então senador e seu grupo cometeram peculato (crime de subtração ou desvio de dinheiro público ou de coisa móvel apreciável para benefício próprio), organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Flávio Bolsonaro conseguiu o direito de foro privilegiado devido ao cargo de senador que ocupa no momento. Com este benefício, o caso é encaminhado à segunda instância.

A acusação do esquema de rachadinha caracteriza como ato em que "assessores", servidores públicos, repassam parte de seus salários ao parlamentar.

Globo

Ainda na segunda-feira, a Rede Globo divulgou que as investigações tinham sido concluídas. Na terça-feira (1º), Andréia Sadi, repórter da Globonews, informou que nos próximos dias o órgão deve decidir se a ação será arquivada ou se a denúncia será efetuada.

Andréia revelou também que no campo político, incluindo integrantes e apoiadores do Governo de Jair Bolsonaro, espera-se por denúncias de pessoas envolvidas no caso de Fabrício Queiroz.

Em nota, os advogados de defesa de Flávio informaram que ele já estava descontente com as apresentações de seu caso na imprensa. Eles alegam ainda que os promotores do Gaecc não poderiam investigar Flávio, e que eles teriam manobrado o andamento das investigações.

A Rede Globo de televisão ainda não se manifestou sobre ocorrido para informar se a decisão é um tipo de censura à imprensa e se vai recorrer na justiça.