No final da tarde de domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apagou uma publicação no Facebook em que ele atuava como cabo eleitoral de sete candidatos a prefeito e cinco que tentavam vaga como vereador. A publicação foi para a rede social do presidente na noite de sábado (14).
Russomano e Crivella
Celso Russomano, o deputado federal do partido Republicanos foi um dos que estavam sendo apoiados por Bolsonaro.
Russomano tentava ser eleito para a prefeitura de São Paulo, mas, ao que tudo indica, terminará com um amargo quarto lugar na corrida eleitoral.
Para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, Bolsonaro apostou suas fichas no atual prefeito da cidade, Marcelo Crivella, também do Republicanos. Crivella deverá passar para o segundo turno, mas estará fragilizado.
Senadora
Dos nomes da lista que foi apagada de seu Facebook, vale destacar também a candidata a senadora Coronel Fernanda (Patriota).
Fernanda disputava a vaga que foi deixada pela juíza Selma Arruda, que ficou conhecida como a "Moro de saias".
Arruda viu seu mandato ser cassado por causa dos crimes de abuso de poder econômico e caixa dois.
Durante a campanha eleitoral já estava claro que o apoio do presidente da República não iria se transformar em votos para os candidatos.
Quem também destacou o fracasso dos candidatos que receberam o apoio do presidente da República foi o ex-juiz da Operação Lava-Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
O outrora aliado e atual desafeto de Bolsonaro, Sergio Moro publicou sua leitura dos fatos em sua conta no Twitter.
Moro também disse que o Psol foi o partido de maior crescimento nas Eleições municipais e ele afirmou ainda que a legenda se transformou no partido de esquerda mais relevante no Brasil.
O resultado das eleições municipais foi fragmentado,sem um claro vencedor nacional,o que sinaliza a prevalência do interesse local.Há alguns resultados interessantes,os candidatos apoiados pela Presidência fracassaram e o Psol tornou-se o partido de esquerda mais relevante.
— Sergio Moro (@SF_Moro) November 15, 2020
Suspeita contra o TSE
O Tribunal Superior Eleitoral foi alvo de críticas dos aliados do presidente da República.
Mas somente depois da divulgação dos resultados decepcionantes dos candidatos que foram apoiados pelo líder do Executivo.
A base aliada do governo Bolsonaro foi às redes sociais para criticar o TSE e espalhar rumores que colocam em dúvida a segurança das urnas eletrônicas, além de pedirem a volta do voto em cédulas de papel.
Dentre os aliados do presidente que criticaram o TSE estão: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL); o deputado federal Major Vítor Hugo (PP), além do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
PARA REFLETIR
Noticiam que TSE foi atacado por hackers. TSE nega. Então são expostos bancos de dados do TSE.
Isso traz um clima de insegurança, que faz as pessoas desconfiarem que o atraso na divulgação possa ser um novo ataque hacker ou manipulação já que não há transparência.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 15, 2020
As críticas ao TSE aconteceram logo depois que ocorreram as instabilidades no processo de apuração dos votos. A Corte também havia sido alvo de ataque de hackers, mas a situação já havia sido resolvida.
O presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso falou sobre a tentativa de ataque ao sistema que contém as informações do TSE, porém, de acordo com Barroso, isto não comprometeu as eleições.