O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em sua live semanal, na última quinta-feira (26), protagonizou mais um capítulo da guerra política e ideológica que trava com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Na live, Bolsonaro afirmou que a vacina contra o novo coronavírus, quando for aprovada, será disponibilizada de maneira gratuita e será voluntária, ou seja, só a tomará quem quiser.

Bolsonaro diz que não tomará vacina

O mandatário declarou que se a vacina for certificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Governo federal irá comprá-la, porém Bolsonaro disse que não irá tomá-la, afirmando ser um direito seu.

Em sua fala, Bolsonaro foi categórico quanto à sua decisão. O mandatário ignora o fato de que ele próprio assinou uma lei que torna obrigatória a vacinação em casos especiais.

Bolsonaro afirmou que aqueles que preferirem não se vacinar estarão fazendo mal somente a eles mesmos, o que não é verdade.

Para apresentar bons resultados, as vacinas precisam de uma cobertura mínima. Um estudo que foi publicado em agosto afirma que um imunizante com 80% de eficácia precisará ser aplicado em pelo menos 75% da população para encerrar a pandemia.

Se não houver uma adesão mínima, o vírus continuará circulando, infectando as pessoas e deixando sequelas e, em casos mais extremos, causando mortes.

Pode se dar como exemplo o caso do sarampo, que segundo um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), havia sido erradicado das Américas em 2016, porém, voltou a preocupar o Brasil em 2018, depois de dois surtos da enfermidade no país.

Além disso, nem todos podem ser vacinados, como é o caso dos portadores do HIV, grávidas, pessoas que estão fazendo quimioterapia ou que tenham câncer.

Este público está impedido de tomar determinadas vacinas e está mais vulnerável a doenças, de uma maneira geral. Isso quer dizer que, na verdade, a vacina não protege somente quem a toma, protege também àquelas pessoas que não podem tomá-la.

Bolsonaro critica Doria

Bolsonaro, voltando a falar de João Doria, mas sem citar o nome do governador de São Paulo, classificou-o como um "ditador" que defende a obrigatoriedade da vacina.

Contudo, vale repetir o que já havia sido dito no início do artigo: Jair Bolsonaro assinou uma lei que prevê a vacinação compulsória, a Lei 13.979, assinada pelo chefe do executivo em 6 de fevereiro de 2020.