Um dia após as Eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insinuou, sem apresentar provas ou indícios, que o sistema de apuração de votos do Brasil deixa a possibilidade de haver dúvidas em relação aos resultados.

No domingo (15), aliados do mandatário já haviam usado do mesmo discurso de Bolsonaro e também não apresentaram provas do que estavam declarando.

Os aliados do presidente Bolsonaro também fizeram críticas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disseminaram suspeitas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Na segunda-feira (16), quando um apoiador o questionou sobre as eleições, o líder do Executivo afirmou que o país precisa ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas.

Este sistema "tem que ser confiável e rápido, não deixar margens para suposições", segundo disse Jair Bolsonaro.

Hacker

As declarações do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados aconteceram depois de ocorrerem instabilidades e um atraso da divulgação dos resultados pelo TSE, além de ter havido uma tentativa de ataque por um hacker, que foi barrada mais cedo.

Mais uma vez

O atual morador do Palácio da Alvorada repetidas vezes colocou em dúvida o sistema eleitoral do Brasil.

Em março, o presidente afirmou que as eleições de 2018, que foram vencidas por ele, haviam sido fraudadas, mas em nenhum momento apresentou qualquer tipo de comprovação do que estava afirmando.

Luis Roberto Barroso

No domingo (15), o presidente do TSE declarou que atua como juiz e trabalha com provas.

Barroso ressaltou que as urnas eletrônicas são usadas desde 1996 e sempre se mostraram confiáveis.

O presidente do TSE afirmou que a lentidão foi provocada por um problema técnico, que não teve nenhuma relação com o ataque cibernético. Ele ainda assegurou que esta situação não comprometeu em nada a credibilidade da apuração.

Bolsonaro é um defensor da volta da cédula de papel. Ele afirmou que defende um sistema que pode até demorar mais para ser contabilizado, mas que tenha a garantia de que o voto irá para a pessoa correta. Novamente, é bom ressaltar que o Brasil não tem registros de casos de fraudes em urnas eletrônicas.

Jair Bolsonaro apoiou no início do mês uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que determina que seja impressa uma cédula física depois do voto na urna eletrônica.

No domingo (15), Bolsonaro publicou nas redes sociais que pretende se dedicar para fazer alterações no sistema eleitoral para que já surtam efeito nas próximas eleições para presidente, em 2022. Contudo, é válido ressaltar que mudanças na lei eleitoral não são responsabilidade do presidente da República.