O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu nesta sexta-feira (18) incluir a previsão de pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família na Medida Provisória 1000/20, que prorrogou o auxílio emergencial até dezembro.

Maia tomou essa decisão após se sentir ofendido com uma fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que alegou durante live na quinta-feira que não haverá 13ª parcela do Bolsa Família neste ano porque Maia não havia colocado o assunto em pauta na Câmara.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Maia comentou sobre o assunto e rebateu Bolsonaro.

"Nunca imaginei que Bolsonaro fosse mentiroso", disse o presidente da Câmara.

Relatório deve está pronto em 24h

Segundo informações do portal UOL, depois que Maia anunciou que vai pautar a MP, o Governo começou uma tentativa de fazer com o presidente da Câmara desista da ideia. Quem falou sobre o assunto também foi o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que disse que, segundo o regimento da Casa, o relatório da MP precisa ser publicado ao menos 24 horas antes da votação.

Ricardo também é favor que Maia desista de pautar a MP e segue ajudando o Planalto para que isso aconteça, mas teme que Maia decida colocar para votar na segunda-feira (21).

Durante a live que realiza todas as quintas-feiras, Bolsonaro alegou que a falta de pagamento do 13º é culpa de Maia.

"O 13º do salário do Bolsa Família. Não teve esse ano porque o presidente da Câmara deixou caducar. Cobra do presidente da Câmara", disse o presidente.

Segundo informações do portal UOL, para o governo, Maia só está fazendo isso por vingança contra Bolsonaro por conta de sua declaração na live. O governo alega que não tem um orçamento concreto para financiar o projeto.

Outro ponto que o governo alega para que o projeto não seja votado é a falta de acordo com os partidos para votar a MP.

Governo preocupado com possibilidade de prorrogação do auxílio

Segundo informações do portal UOL, a equipe econômica do governo teme que essa pauta seja um início para abrir uma nova discussão sobre a continuidade do pagamento do auxílio em 2021 e com isso o governo terá que se manifestar a favor ou contra. Caso seja contra a continuidade, isso pode gerar um desgaste na imagem de Bolsonaro, que pretende concorrer às eleições em 2022.