As críticas que vem recebendo sobre ter demorado a dar início à vacinação contra o novo coronavírus fizeram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltar a velhas práticas, resgatando o famigerado gabinete do ódio. As informações são do UOL.
Segundo o site, orientado por seus assessores que fazem parte do grupo, o mandatário retornou a fazer suas famosas declarações na entrada do Palácio da Alvorada, criou um canal de informações no aplicativo Telegram e começou a atacar figuras públicas como o jornalista William Bonner, o empresário e youtuber Felipe Neto e também o casal de apresentadores da Rede Globo Luciano Huck e Angélica.
O gabinete do ódio ganhou fama em 2019 e se notabilizou por estar envolvido em ataques e disseminação de fake news. O grupo é composto por assessores presidenciais que procuram impulsionar a imagem de Bolsonaro nas redes sociais de forma não-oficial, mais informal, por meio de memes, imagens e vídeos que são espalhados na rede por meio de correntes virais.
Logo que voltou de sua folga de Réveillon, o presidente se reuniu com seus assessores e decidiu fazer mudanças em sua rede de comunicação pessoal, isso aconteceu por duas razões, primeiro porque o mandatário acredita que está em desvantagem no “jogo da opinião pública” e considera que está “apanhando muito”, segundo relataram auxiliares de Bolsonaro que foram ouvidos pelo UOL.
O ápice da irritação de Bolsonaro aconteceu na esteira das críticas que vem sofrendo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pela atuação do militar no que diz respeito à vacinação da população. Mesmo tendo lançado o Plano Nacional de Imunização (PNI), em dezembro do ano passado, o Governo federal ainda não alcançou resultados consistentes, enquanto dezenas de outras nações já começaram o processo de vacinação.
Até a última quinta-feira (14), Israel, por exemplo, já havia imunizado 72% de idosos e 20% da totalidade da população. Estados Unidos e China declararam que ultrapassaram a marca de 10 milhões de imunizados.
A segunda razão pela qual Bolsonaro tem estado irritado é o cerco que as redes sociais vêm fazendo às fake news e o combate ao discurso de ódio.
Jair Bolsonaro acredita que existe um movimento que visa calar vozes conservadores, o que teria aumentado após sites como o YouTube e o Twitter terem anunciado que baniram contas do presidente norte-americano Donald Trump.
O presidente pediu que seus assessores se antecipassem a um possível movimento interno parecido ao que aconteceu nos Estados Unidos após seguidores de Donald Trump, revoltados com a vitória do democrata Joe Biden, terem invadido o Congresso americano.
Parler e Telegram
O gabinete do ódio sugeriu então que os seguidores de Bolsonaro migrassem para o Parler, uma rede social similar ao Twitter que tem um viés ideológico identificado como uma direita conservadora, e que também fosse criado um canal no Telegram, aplicativo russo de mensagens parecido com o WhatsApp e que não tem limite de inscritos.