Um embate surgiu em torno da vacina CoronaVac, desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan, de São Paulo, e a farmacêutica chinesa Sinovac. Após o imunizante ser aprovado no domingo (17) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Governo federal e o governo de São Paulo têm trocado farpas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirma que sempre esteve presente, acompanhando os estudos e pesquisas sobre o imunizante, e que por diversas vezes falou sobre a vacina durante as coletivas de imprensa e defendia seu uso pelo menos em São Paulo.

No entanto, o Ministério da Saúde disse que foi o governo federal quem financiou a elaboração e equipamentos para que a vacina fosse produzida.

Segundo a CNN Brasil, o Ministério da Saúde mostrou documentos que comprovariam o repasse de valores para ajudar na produção da CoronaVac. A atitude foi feita para rebater Doria, que vem sendo tido como “pai da CoronaVac” no Brasil.

Um dos papéis mostra uma publicação do Diário Oficial da União feita no mês de dezembro onde revela que houve um acordo firmado entre o governo federal e o Instituto. O documento mostra também que foram repassados pelo governo uma quantia de R$ 63,2 milhões para compra de equipamentos para o Centro de Produção Multipropósito de Vacinas do Butantan.

Segundo as informações da CNN, esse dinheiro será usado para fazer uma reforma em laboratório que é controlado pelo Instituto Butantan. Outra informação é que desse montante, R$ 42,7 milhões seriam transferidos ainda em 2020 e outros R$ 20,5 milhões em 2021

Sobre estas declarações feitas pelo Ministério da Saúde, o instituto não disse nada a respeito.

Doria se manifesta sobre declarações do Ministério da Saúde

Doria se manifestou sobre as declarações feitas pelo Ministério da Saúde, afirmando que as doses do imunizante que estão sendo aplicadas foram adquiridas sem dinheiro do governo federal.

O governador disse que a CoronaVac só foi produzida em São Paulo e no Brasil porque o governo do estado disponibilizou recursos.

Ele afirmou que não houve investimento por parte do governo federal para nenhuma das realizações, desde pesquisas até a fase final da vacina.

Doria então disse que o governo estava faltando com a verdade e pediu para o Ministério da Saúde deixar de propagar mentiras em torno da CoronaVac.

Assim que o uso emergencial das vacinas foi aprovada pela Anvisa, João Doria usou as redes sociais para comemorar a notícia. Ele disse que o momento representa uma vitória para ciência e esperança de dias melhores para o Brasil. Isso porque o número de mortes por conta do coronavírus já ultrapassa a marca de 200 mil.

Logo após o aval da Anvisa, a enfermeira Mônica Calanzas foi a primeira brasileira a receber uma dose do imunizante. O governador João Doria estava presente e acompanhou o momento.