O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), continua sua campanha de críticas ao presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). O parlamentar afirmou nesta segunda-feira (18) que a valentia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em se recusar a comprar o imunizante CoronaVac vai até "uma parte da história". Rodrigo Maia também declarou que, "na hora da verdade, a coragem não é tão grande".
Rodrigo Maia relembrou que o atual morador do Palácio da Alvorada chegou mesmo a garantir, por diversas vezes, que o Governo federal não iria comprar a vacina CoronaVac, que foi desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo.
O mandatário também declarou ser ele quem manda, relembrou o parlamentar em uma coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados.
No domingo (17), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial da CoronaVac e também da vacina da Universidade de Oxford em parceria com a empresa AstraZeneca. Sendo assim, a vacinação no Brasil ficou programada para ter início na segunda-feira (18) em diversos estados com a CoronaVac, pois o governo federal não conseguiu importar da Índia, de maneira emergencial, 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca.
Disputa pela presidência
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deixou de ser aliado de Jair Bolsonaro desde que o tucano assumiu sua intenção de disputar a eleição presidencial de 2022.
Doria defendeu a CoronaVac desde o início das pesquisas no Instituto Butantan.
A pandemia da Covid-19 só fez aumentar a rivalidade entre Bolsonaro e Doria, que deram declarações, na quase totalidade das vezes, discordantes quando a discussão passava por temas como: isolamento social, maneiras de conter o novo coronavírus e compra de vacinas.
No dia 20 de outubro de 2020, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O ministro Eduardo Pazuello, porém, foi desautorizado por Jair Bolsonaro. No dia seguinte, em uma rede social, o chefe do Executivo escreveu que tudo seria esclarecido ainda no mesmo dia e garantiu que não compraria “a vacina da China”.
Desânimo
Um presidente da República visivelmente nada empolgado falou nesta segunda-feira (18) com seus apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. Bolsonaro falou sobre a aprovação de forma emergencial da CoronaVac –no dia anterior o presidente da República não havia comentado nada sobre o tema. Sobre a aprovação da CoronaVac, Bolsonaro declarou que a vacina pertence ao Brasil, e não a um governador, referindo-se a João Doria, mas sem citar o nome do político.