O vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão (PRTB), comentou sobre a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sofrer um processo de impeachment. Mourão afirmou que Bolsonaro cometeu erros, porém não acredita que seja necessário tirá-lo do poder.
Hamilton Mourão afirmou que se for pesquisar, o Governo federal acertou mais que errou. "Teve erros, que são sobejamente conhecidos. Mas vamos olhar, por que vamos fazer o impeachment? Vai chegar daqui ao ano que vem. E, se o governo dele não for bom, ele não será reeleito, caso seja candidato à reeleição", disse Mourão em entrevista ao jornal Valor Econômico.
O general Hamilton Mourão disse acreditar que Bolsonaro não representa uma ameaça para a democracia. "Agora, é óbvio que se um presidente colocar em risco a integridade do território, a integridade do patrimônio, o sistema democrático e a paz social do país, ele tem que ser parado pelo sistema de freios existente", disse o vice.
Nos últimos dias, o vice-presidente tem feitos críticas à politização da vacina, tanto por parte do governo federal como também pelo lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Mourão ressaltou que nunca se opôs a uma possível compra da CoronaVac e disse que pode interceder para que seja facilitada a importação dos insumos da China, tanto para vacina de Oxford quanto para a CoronaVac.
Ao analisar o desempenho do governo federal na pandemia do novo coronavírus, Mourão disse que as críticas que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, um militar em atividade, não causam danos à imagem das Forças Armadas. O vice-presidente ainda defendeu Jair Bolsonaro nas questões das aglomerações.
Para Mourão, Bolsonaro não foi o responsável pelas saídas das pessoas para as ruas, ele disse se tratar de uma responsabilidade compartilhada entre todas as esferas do governo.
O vice argumentou que nenhum dos prefeitos e governadores conseguiu pôr em prática um lockdown rigoroso. Até mesmo porque, segundo Mourão, pelo tamanho do Brasil, ficaria impossível fazer um lockdown, pois o país não é igual à Espanha ou à França.
Repique
Na opinião do vice-presidente, o Brasil está vivendo um “repique” dos casos de pessoas infectadas e que morreram de Covid-19.
Ele culpou as eleições municipais e as festas de final de ano por isso. "Repique aconteceu porque nós tivemos um processo eleitoral onde todo mundo se atirou numa campanha. E, depois, numa questão de festas de fim de ano onde todo mundo lavou as mãos e jogou a toalha nisso aí. Ou não lavou as mãos. Infelizmente aconteceu isso aí e compete ao Estado em todos os níveis buscar uma solução", afirmou.