O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), confirmou nesta segunda-feira (18) que as eleições que irão decidir o comando da casa legislativa acontecerão de maneira totalmente presencial no dia 1º de fevereiro. A Mesa Diretora da Câmara tomou a decisão com voto contrário de Rodrigo Maia.

Voto virtual

A Câmara dos Deputados cogitava a possibilidade de a eleição ser realizada por meio do voto virtual pelo menos para os parlamentares que fazem parte do grupo de risco na pandemia do novo coronavírus, porém o bloco do candidato Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, posiciono-se contra.

O progressista já havia feito um questionamento oficial a Câmara, inclusive levantando a hipótese de haver ataques hackers.

Voto presencial

Para resolver o problema, a Mesa Diretora da Câmara foi convocada para uma reunião nesta segunda-feira (18) para deliberar sobre o tema e decidir como será feita a eleição. "Se decidiu por maioria, contra meu voto, não haver flexibilidade na votação presencial", disse Maia. O atual presidente da Câmara era favorável à flexibilização para os parlamentares idosos e os com comorbidades. Segundo Rodrigo Maia, por causa da decisão, 513 parlamentares e um total de pelo menos 3 mil pessoas terão que comparecer à Câmara dos Deputados no dia da votação.

Más recordações

Maia citou a posse do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), quando este foi escolhido presidente do Supremo. Na ocasião, diversos convidados, incluindo o próprio Maia, foram contaminados com a Covid-19. Irão ser levados para a Câmara parlamentares de 27 estados em um momento em que está acontecendo um crescimento da pandemia, afirmou o parlamentar, ressaltando que a nova variante do Sars-Cov-2 tem um poder maior de contágio e é mais letal.

Apesar de contrariado com a decisão da Mesa, Rodrigo Maia disse que respeitará o resultado. Ele acrescentou em tom de brincadeira que parte da Mesa iria pedir voto impresso, influenciado pelo Governo federal.

Voto impresso

Grupos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão organizando caravanas em direção a Brasília para fazer pressão pela eleição do parlamentar Arthur Lira, candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para os apoiadores do presidente da República, Lira é o único parlamentar que poderá ir em frente com a adoção do voto impresso para a eleição presidencial em 2022. O ultrapassado método de votação vem sendo defendido pelo presidente da República, que tem questionado a lisura das urnas eletrônicas, sem apresentar provas.