Começou a circular nas redes sociais um vídeo que mostra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falando em tom de deboche que não iria disponibilizar recursos do Governo para financiar a produção da CoronaVac. O vídeo faz parte de uma live que o mandatário realizou no dia 30 de outubro de 2020.
As imagens mostram Bolsonaro dizendo que gosta muito do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), mas que estava o colocando em situação difícil de ser resolvida. Em seguida ele diz que as pessoas não seriam obrigadas a tomar a vacina, a qual afirmou ser de Doria.
Em tom de negação, Bolsonaro diz que é ele quem administra o dinheiro público que é mantido através dos impostos pagos pelos brasileiros e ressaltou que não iria pagar a produção da vacina, que pela segunda vez disse que seria de Doria.
Após a notícia de que as vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca foram aprovadas para uso emergencial no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a enfermeira Mônica Calazans, do hospital Emilio Ribas, foi a primeira a receber uma dose do imunizante. Doria esteve presente na cerimônia, ocorrida no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que foi a pasta que financiou o projeto de pesquisa e desenvolvimento da vacina que surgiu através de uma parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
Doria rebateu dizendo que não houve recurso nenhum por parte do governo federal e que o dinheiro usado desde as pesquisas até a última fase foi disponibilizado pelo governo do estado de São Paulo.
Na manhã desta segunda-feira (18), Bolsonaro disse aos seus simpatizantes que as vacinas aprovadas pela Anvisa não pertencem a nenhum político, e sim aos brasileiros, que tanto necessitam para se proteger do coronavírus.
Sem citar nomes, Bolsonaro disse que os imunizantes CoronaVac e Oxford/AstraZeneca não pertencem a nenhum governador e que irá comprar a vacinas assim que estiverem disponíveis no mercado. O presidente ressaltou também que a aplicação está liberada em todo Brasil.
Pazuello diz que não queria fazer marketing sobre primeira pessoa vacinada
O ministro Eduardo Pazuello comentou sobre a aprovação das vacinas durante uma coletiva de imprensa e, sem citar nomes, disse que poderia ter realizado a primeira vacinação, mas não fez isso, pois não queria usar o momento para fazer marketing.
Pazuello disse também que não quis estar presente quando a primeira pessoa em território brasileiro foi vacinada em respeito aos governadores e prefeitos e também ao povo.
Várias vezes o governo questionou a eficácia da CoronaVac e chegou a falar que não iria comprar a vacina, que era tratada como "vacina chinesa".