A Polícia Federal (PF) está investigando a possibilidade de o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) ter feito ameaças e tentado coagir outros parlamentares, utilizando-se de mensagens, antes da votação de sexta-feira (19) que confirmou que ele continuaria preso. As informações são da CNN Brasil.

Silveira se recusou a entregar as senhas de seus dois celulares à PF. Os telefones foram apreendidos na semana passada, quando o parlamentar foi preso.

Já foi iniciada a perícia nos celulares a partir de uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A assessoria de Daniel Silveira foi procurada pela CNN, mas não falou sobre o tema.

Como foi mostrado pela CNN na semana anterior, um dos celulares que foram achados pela PF na cela do parlamentar apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) era de seu uso pessoal e já havia sido apreendido no mesmo dia em que foi preso. A emissora apurou que depois de apreendido, o celular ficou sob cuidados de um assessor do deputado na terça-feira (16).

Como antecipado por Daniela Lima, âncora da CNN Brasil, a PF apreendeu dois telefones celulares na cela de Silveira na quinta-feira (18), quando estava sendo feita uma vistoria na cela do parlamentar, que está detido na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro desde a terça-feira (16).

A apreensão dos celulares foi informada pela PF ao STF. Um inquérito foi aberto para apurar como Silveira conseguiu manter na cela os dois aparelhos.

Prisão do deputado

No final da noite da terça-feira (16), a PF foi até a casa do deputado federal, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, com uma ordem de prisão expedida por Alexandre de Moraes. A medida foi solicitada depois de o parlamentar publicar nas redes sociais um vídeo em que ataca ministros do STF, especialmente o ministro Edson Fachin. Moraes também determinou que o YouTube bloqueasse de forma imediata o vídeo de Daniel Silveira, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia.

Silveira no momento de sua prisão ainda conseguiu fazer uma transmissão ao vivo em que afirmava que o ministro Alexandre de Moraes teria entrado em uma “queda de braço” e que o ministro teria rasgado a Constituição Federal.

Ele ainda afirmou que iria revelar para o país quem são os ministros do STF.

O deputado federal é investigado pelo Supremo no inquérito que investiga o financiamento e a organização de atos antidemocráticos ocorridos em Brasília. No mês de junho, Silveira teve expedido contra ele um mandado de busca e apreensão e ainda teve seu sigilo fiscal quebrado, uma decisão do ministro Alexandre de Moraes. Em depoimento, o parlamentar bolsonarista negou que tenha produzido ou repassado mensagens incitando animosidade das Forças Armadas contra o STF ou os ministros.