Nesta sexta-feira (5), o jornal Folha de S. Paulo divulgou a informações de que o Brasil foi removido da reunião que participaria no dia 9 de fevereiro na OCDE. O motivo da remoção do país, parte de uma carta-denúncia da Human Rights Watch, ONG de direitos humanos. No conteúdo da carta, a ONG levanta questionamentos sobre a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro visa entrar na OCDE, mas teve tentativa barrada
Por enquanto, o comitê de política ambiental da OCDE não discutirá a elevação do status do Brasil ao órgão. Uma das prioridades do Governo Bolsonaro é entrar na OCDE para alcançar maior confiança dos investidores no país.
Atualmente, o país participa, apenas como convidado, mas não como membro.
A meta do Brasil é conseguir abrir caminho para a aceleração do processo de aquisição de instrumentos ambientais.
Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, informou, antes da carta, que já havia recomendado a aprovação do Brasil junto ao clube da OCDE, visto que o governo tem se esforçado para cumprir os critérios determinados pelo órgão no que tange a cooperação na troca de dados ambientais e de suas práticas nessa área.
‘A tentativa sai pela culatra’, diz ONG sobre entrada do Brasil na OCDE
Mas, após a carta da ONG Human Rights Watch, o Brasil foi rapidamente removido da agenda e no dia 9 apenas a Bulgária terá o pedido de upgrade atendido.
Para Daniel Wilkinson, diretor da ONG, a intenção de fazer parte do órgão nada mais é que uma tentativa de fortalecer sua candidatura a OCDE, já que as políticas ambientais de Bolsonaro tem se tornado um fracasso para o país culminando em obstáculos sérios de visibilidade internacional. A "tentativa [de Bolsonaro] saiu pela culatra", pois a negativa de políticas ambientais responsáveis para com a Amazônia é motivo suficiente para desqualificar um upgrade ao Brasil, disse Wilkinson.
Na carta, a ONG lembra dos princípios e da credibilidade da OCDE esclarecendo que elevar o status do Brasil no comitê ambiental tende a minar o comprometimento do órgão de forma mundial, visto que o governo Bolsonaro não tem respeitado os princípios básicos do comitê.
Segundo a revista Istoé, situações como a gestão da pandemia provocou uma piora na imagem do País, que já vinha sendo abalada pelo desastre ambiental vivenciado na Amazônia e Pantanal.
O negacionismo e os ataques de Jair Bolsonaro fizeram com que o Brasil perdesse a influência em fóruns internacionais e acaba por afetar todos os brasileiros.
OCDE: Itamaraty afirma que instrumentais ambientais podem ser aderidos
O Itamaraty enviou uma nota ao jornal Folha de S. Paulo afirmando que o Brasil segue aguardando a posição das referidas solicitações, já o ministério disse que o governo continua participando ativamente das atividades do Comitê, porém apenas como convidado.
O Itamaraty também afirmou que tem acompanhado o processo de adesão de 37 instrumentos ambientais para o Brasil. Medida levantada em 2019, quando o país foi barrado, após solicitar a elevação do "status" no que tange às políticas ambientais, mas teve o pedido negado, na prática.