O deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo Bolsonaro na Câmara, comentou nesta terça-feira (2) sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decretada após condenação em segunda instância.
Para Barros, a prisão de Lula foi somente para impedi-lo de concorrer às eleições em 2018. "Nunca teve [prisão em] segunda instância no Brasil. Só teve para prender o Lula e tirá-lo da eleição casuisticamente, em uma interpretação de 6 a 5 no Supremo Tribunal Federal. A constituição fala expressamente que ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado.
A segunda instância foi um casuísmo que a Lava Jato construiu para tirar o lula da eleição", disse em entrevista à rádio CBN. "Se o Lula deve ou não deve é outra questão", completou.
Críticas à Lava Jato
Barros disse ainda que as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e membros da Lava Jato, como o procurador Deltan Dallagnol, devem ser preservadas, pois contêm, segundo o deputado, crimes cometidos pelo que ele classificou como "quadrilha".
Ricardo Barros foi o relator do projeto que pune abusos de autoridade. Além disso, ele foi vice-líder do governo durante a gestão Lula.
Moro diz que não houve fraude judicial
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro comentou recentemente sobre a divulgação de 50 páginas que mostram conversas dele com outros membros da Lava Jato.
As conversas ocorreram de 2015 a 2017. Moro se manifestou através das redes sociais dizendo que não há fraudes judiciais ou formação de conluio para condenar nenhum dos investigados.
Os arquivos fazem parte da Operação Spoofing, deflagrada no ano passado e que mira os criminosos que rackearam os celulares de ministros e juízes.
As conversas passaram por perícias para saber se eram verídicas, visto que Moro sempre negou que as mensagens fossem autênticas. No entanto, o STF disse que as conversas são autênticas.
Dentre as mensagens divulgadas, aparece Dallagnol parabenizando Moro por ter decretado uma prisão. Em outro trecho Moro aparece dizendo que havia encontrado alguém que se dispôs a depor contra um dos filhos de Lula.
Lula sempre negou as acusações sobre o caso do tríplex que fica em Guarujá e resultou em sua condenação em abril de 2017.