Depois de passar meses minimizando os impactos da pandemia no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou nesta segunda-feira (8) que conseguiu negociar novas doses do imunizante contra a Covid-19 com a Pfizer. Contudo, Bolsonaro continuou suas críticas ao isolamento social.

Segundo declarou Bolsonaro em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, a Pfizer entende "a gravidade que o Brasil atravessa com essa nova cepa" do vírus e que "é interesse deles" que ela não se dissemine para outros lugares. "Então isso ajudou muito nessa negociação", declarou o mandatário.

Bolsonaro declarou que a programação e os contratos firmados pelo Governo federal para imunizar a população “estão indo muito bem”. O presidente ainda tentou minimizar as críticas que vem recebendo dizendo que "está faltando vacina em todo o mundo". Ainda na segunda-feira, Bolsonaro se reunião com Albert Bourla, diretor-executivo mundial da Pfizer, o presidente declarou que gostaria de fechar o contrato para a compra de vacinas da farmacêutica americana diante da "agressividade" que o coronavírus tem apresentado no Brasil.

Bolsonaro ainda agradeceu a gentileza da reunião, disse que o governo reconhece a Pfizer como uma grande empresa mundial, com grande importância também no Brasil.

Paulo Guedes

Após a reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, informaram que o presidente pediu que fosse antecipada a entrega de 5 milhões de doses para o primeiro semestre. O acordo teria sido aceito pela empresa.

Soligo, também conhecido como Cascavel, declarou que a previsão de entrega de vacinas no primeiro semestre irá passar de 9 milhões para 14 milhões.

Cascavel declarou que o presidente da Pfizer garantiu a Bolsonaro a antecipação de 5 milhões de doses, do segundo semestre para os meses de maio e junho, o que quer dizer que dos 9 milhões que foram previstos, irão se incorporar mais 5 milhões de doses, o que passará para 14 milhões.

Críticas ao lockdown

Na noite da segunda-feira, o presidente voltou a fazer críticas contra a implementação de lockdown em cidades e estados do país.

Bolsonaro fez a declaração em entrevista ao programa "Brasil Urgente", da TV Band. Jair Bolsonaro afirmou que as restrições de mobilidade deveriam ser impostas somente às pessoas com mais idade e que tenham comorbidades. Sem apresentar evidências confirmadas pela ciência, o presidente afirmou que jovens não transmitem ou apresentam sintomas graves da Covid-19.

Segundo Bolsonaro, não tem que ser feito lockdown, pois a medida foi uma tática de governadores para construírem hospitais, criarem leitos de UTIs e respiradores. O problema das UTIs sempre foi grave, é preciso fazer uma campanha para que os idosos, para as pessoas com comorbidades se cuidarem e ficarem em casa até que chegue até eles a vacina, disse Bolsonaro.

Mesmo com o aumento do contágio de pessoas jovens pelo coronavírus desde o final de 2020, Jair Bolsonaro declarou que os jovens representam a maior parte da população e não transmitem a Covid-19, também não são hospitalizados. De acordo com Bolsonaro, "os jovens sentem pouca coisa ou quase nada e esse pessoal tem que trabalhar".