Segundo informações do colunista Cláudio Humberto, do site Diário do Poder, o valor de R$ 6 milhões desembolsado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por uma mansão em área nobre de Brasília pode, no final das contas, não ter sido um negócio tão bom.

O colunista consultou corretores, que pediram para não terem suas identidades divulgadas por medo de represálias de opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, dessa maneira, serem prejudicados no trabalho.

Segundo Cláudio Humberto, os corretores mostraram que se for feita uma busca das ofertas na mesma área em que está localizada a mansão do primogênito de Jair Bolsonaro, será notado que apenas três dos 21 imóveis que estão à venda têm valores superiores, porém, são bem mais luxuosos, possuindo extravagâncias como elevador e casa de hóspedes.

De acordo com a coluna, a maior parte das propriedades da região está sendo anunciada com preços que variam entre R$ 3 milhões e R$ 4,5 milhões. O senador afirmou que não existe nenhum problema com a compra e que a maior parte da mansão foi financiada. "Tudo redondinho, dentro da lei", alegou Flávio Bolsonaro.

Está devendo

O ex-dono da residência de luxo declarou que Flávio ainda estaria devendo parte do valor total mansão, segundo revelou a empresa RVA Construções e Incorporações, do empresário Juscelino Sarkis. Em nota, a construtora afirma que o senador possui valores pendentes. A transação foi registrada em cartório no dia 29 de janeiro.

Sem divulgar informações sobre a parcela que está faltando, a construtora afirmou que todas as providências legais que competem ao vendedor obedecem ao Código Civil e às outras “leis que regem contratos de compra e venda de imóveis”.

A divulgação do comunicado foi incentivada pela grande repercussão que o caso tomou, informou a assessoria jurídica da RVA Construções e Incorporações. Na terça-feira (2), o senador afirmou que, para comprar a mansão, ele vendeu um apartamento situado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e uma franquia de uma loja de chocolates.

Jair Bolsonaro

Em sua coluna do Correio Braziliense, o jornalista Vicente Nunes afirmou que os assessores do presidente Bolsonaro estão atuando para manter afastado do mandatário as repercussões negativas da compra milionária feita pelo filho.

Contudo, pessoas próximas a Bolsonaro afirmam que a negociação nunca foi segredo para Jair Bolsonaro.

As fontes ouvidas garantem que o presidente, além de ter conhecimento desde o início sobre a negociação, ainda incentivou Flávio a comprar a mansão.

Segundo as fontes ouvidas, o clã Bolsonaro já previa que haveria uma reação negativa à compra da mansão, mas teriam feito o cálculo que a situação iria perder força, bastando apenas que Flávio Bolsonaro apresentasse bons argumentos para justificar a negociação.